Star Wars: Episódio V – O Império Contra-Ataca: 40 anos depois – [COM SPOILERS]

Star Wars ou Guerra nas Estrelas como ficou conhecido aqui no Brasil foi mais do que simplesmente ou filme. Foi um evento, um acontecimento e embora o cinema produza os blockbusters em escala industrial, não são muitos que ficam marcados na história da humanidade.

Aliás, o termo “blockbuster” ou arrasa-quarteirão foi criado justamente na ocasião do lançamento de Tubarão em 1975 e aperfeiçoado em 1977 com Star Wars onde as filas dos cinemas de rua, literalmente, dobravam o quarteirão e assim, estava criado o conceito de filme de verão.

E com tamanho sucesso e pretensões do criador da saga, George Lucas, o inevitável aconteceu: a continuação veio 3 anos depois, em 1980 com o título de O Império Contra-Ataca.

A responsabilidade era enorme: manter o sucesso, a qualidade e trazer elementos novos para a saga, sem contar que era difícil afastar o preconceito que muitos têm até hoje com continuações no que diz à qualidade.

Na época, a exceção, sempre citada, era Poderoso Chefão 2, mas o trauma com filmes como as continuações de Planeta dos Macacos ou O Exorcista 2 fizeram muitos torcerem o nariz para O Império Contra-Ataca, sem contar as críticas mistas na ocasião do lançamento.

Mas, no final, tudo valeu a pena: o filme foi a maior bilheteria do ano de 1980: custando 18 milhões e faturando mais de 500 nas bilheterias mundiais, mais 2 Oscar (Efeitos Especiais e Edição de Som) e uma legião de fãs. Até hoje muitos o consideram como o melhor filme da saga.

O Império Contra-Ataca evoluiu tudo o que já era grandioso no filme anterior: efeitos, roteiro, atuações e a filosofia da saga.

Também pudera: agora que a franquia já era amada mundialmente e deixou de ser apenas uma aposta, toda a equipe teve mais liberdade e mais ousadia para trabalhar em cima do filme e o resultado foi o melhor possível.

Após os acontecimentos do primeiro filme com o desfecho da suposta destruição da Estrela da Morte, as forças imperiais estão com sede de vingança e Darth Vader quer a dominação da galáxia a todo custo e não mede esforços para capturar os rebeldes, como Leia, Han Solo, mas principalmente o Luke, que está descobrindo seu lugar como herói e precisa se encontrar.

Os rebeldes estão no planeta gelado Hoth, mas não demora muito para serem encontrados e a Batalha com os AT-AT é o ponto alto deste arco. Enquanto isso o Luke Skywalker recebe uma mensagem do seu mestre, Obi-Wan, que morreu no filme anterior, mas aqui aparece em formato de holograma, falando com seu pupilo sobre o planeta Dagobah e o Mestre Yoda, para lhe ensinar sobre como ser um Mestre Jedi e evitar o lado Sombrio da força.

É visível aqui a mudança de perspectivas e a paleta de cores: o planeta gelado é apresentado em tons de azul e branco, ao passo que o planeta úmido Dagobah tem tons de verde escuro, para dar uma ideia de lama escura para seu espectador.

Mas o arco do Yoda não tem apenas a técnica como qualidade: não há como esquecer as lições passadas pelo Mestre, que além de serem motivacionais para qualquer ser humano, nos trouxe esse um personagem tão memorável quanto o Mestre Yoda (o favorito de muitos fãs).

Mas não para por aí: do caçador de recompensas Boba Fett ao amigo Lando, vemos a tensão sexual entre o Han Solo e a Princesa Leia mais presente e melhor construída do que no filme anterior, seja pela química dos atores, todas as provocações envolvendo inclusive o Luke Skywalker (e o incesto, que só descobriríamos no filme seguinte) e uma das frases mais famosas da franquia: I Love You. I Know.

Mas ninguém estava preparado para o que o filme estava reservando: a revelação de que o Darth Vader é o pai do Luke. Hoje em dia a cena é conhecida, referenciada e até parodiada, mas nada tira o seu impacto e que até hoje provoca reações diversas em quem não conhece a franquia.

E com um desfecho tão surpreendente, um final pessimista, porém, em aberto, a expectativa estava altíssima para o filme seguinte, O Retorno de Jedi, que embora seja inferior a este daqui, não faz feio e em tempos que não havia internet e as informações circulavam com menor velocidade, todos estavam na mesma com essa grande virada de roteiro e tiveram que esperar mais 3 anos para ver o resultado, que valeu a pena.

Seja pelas cenas clássicas, diálogos incríveis e personagens marcantes, além de um dos maiores vilões da cultura pop, O Império Contra-Ataca não é apenas o filme mais aclamado da franquia, mas um dos melhores filmes do gênero ficção científica e um evento do cinema. Para ver e rever várias vezes.

Nerd: Raphael Brito

Não importa se o filme, série, game, livro e hq são clássicos ou lançamentos, o que importa é apreciá-los. Todas as formas de cultura são válidas e um eterno apaixonado pela cultura pop.

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