Rainhas do Crime: o poder feminino (em todos os âmbitos)

O filme é uma adaptação dos quadrinhos de mesmo nome da Vertigo, situado na década de 70 na cidade de Nova York“. Um drama com ação onde as esposas de criminosos se vêem sozinhas após seus maridos serem presos. Com problemas financeiros e com os associados dos maridos, resolvem assumir as operações que eles comandavam e enfrentar quem for preciso para tomar o controle de suas vidas.

Não li os quadrinhos para poder fazer uma comparação, mas o filme valeu meu tempo no cinema. Como disse, trata-se de um filme de drama principalmente, e por girar em torno de criminosos, máfias e gangues, inevitavelmente há crimes, ação e assassinatos. Apesar de não ter lido, pesquisei e diferenças visuais das personagens principais em relação aos quadrinhos, mas totalmente compreensíveis e que não comprometem a experiência.

Pela época em que se passa a história, entende-se o confronto de preconceitos e dificuldades enfrentados pelas mulheres. Ainda era bastante restrito e mal visto o empoderamento feminino e os direitos e oportunidades que elas tinham. Ocorrências de violência e abuso eram muito mais frequentes e alarmantes, e uma das personagens principais, Claire Walsh enquadra-se em uma relação abusiva e violenta. E quando o marido é preso, ao invés de ficar triste e lamentar, vê uma oportunidade de ficar livre e viver sua vida sem ninguém controlando-a.

Além do preconceito de gênero, nessa época a discriminação racial também era bem mais complicada e é retratada com outra das personagens, Ruby O’Carroll, que por ser negra, é tolerada por causa do marido e a influência da família dele, caso contrário, não conseguiria operar naquela região (controlada pelos irlandeses).

Por último temos Kathy Brennan, a única que com um relacionamento que corre bem. Mas há divergências com seu pai, que não concorda com sua ligação ao crime.

Tomando o controle dos negócios deixados pelos maridos.

Em meio a tantos conflitos, elas resolvem tomar as rédeas dos negócios dos maridos e ter seu sustento, pois ficaram sem recursos e a dificuldade em arrumar um trabalho é alta. Claro que isso só irá ocorrer com muitos problemas e derramamento de sangue.

O visual condizente com a época, trilha sonora que encaixa (sem ter momentos onde as músicas incomodam e muitas vezes se mesclam à ponto de nem reparar nelas) e a narrativa é bem feita. As personalidades bem diferentes das personagens tornam as interações interessantes e são o ponto chave do enredo: por serem completamente diferentes geram atritos entre o que desejam ,dando fôlego à trama.

Dirigido por Andrea Berloff (também responsável pelo roteiro), além de ter Ollie Masters e Ming Doyle responsáveis pela série de quadrinhos. Seu elenco conta com nomes como Melissa McCarthy (Kathy Brennan), Tiffany Haddish (Ruby O’Carroll), Elisabeth Moss (Claire Walsh), Domhnall Gleeson (Gabriel O’Malley), James Badge Dale (Kevin O’Carroll), Brian d’Arcy James (Jimmy Brennan), Jeremy Bobb (Rob Walsh), Margo Martindale (Helen O’Carroll), Bill Camp (Alfonso Coretti), Common (Gary Silvers), E.J. Bonilla (Gonzalo Martinez), Myk Watford (Little Jackie Quinn), Wayne Duvall (Larry – Pai da Kathy), John Sharian (Duffy), Brian Tarantina (Burns), Annabella Sciorra (Maria Coretti), entre outros.

Nerd: Guilherme Vares

Formado em Ciências da Computação e Pós em Jogos Digitais, aspirante à Game Designer, tendo Rpg e boardgames injetados diretamente na veia, adepto de jogos em geral e voraz consumidor de livros, séries e filmes.

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