Convenhamos que o nome Predadores Assassinos não é algo que atraia muito, ainda mais quando você sabe que envolve crocodilos. Logo já se pode começar a pensar que será mais um filme no estilo de Anaconda, Do Fundo do Mar ou até um Sharknado. Mas para a “nooooooooossa alegria” é bem melhor do que as primeiras impressões possam causar e muito melhor do que todos esses citados.
E qual era o maior medo? Ver um tornado de crocodilos? Também, mas principalmente ver aquele exagero absurdo em tamanho, inteligência e instinto assassino que os animais desenvolvem nestes filmes. Claro que existe um certo exagero, mas nada que chegue perto do que já foi mostrado por aí.
Eu comecei a me interessar pelo filme já pelos trailers, justamente por terem mostrado tudo na medida certa, sem escrachar pra uma possível “comédia” ou uma supervalorização dos animais.
Confesso que passei boa parte do filme esperando por clichês e sustos óbvios e fiquei muito feliz por isso não acontecer! Na verdade, fui surpreendido várias vezes, levando sustos onde eu realmente não esperava (e não somente por causa de um jump scare com barulho alto), ao mesmo tempo que eu tinha certeza que iria tomar um susto e este não acontecia nunca. Um belo trabalho de mudança de expectativas construído pelos roteiristas e continuístas.
Predadores Assassinos não força situações, pelo contrário, tudo é apresentado de uma maneira crível, com razões do porquê e como tudo está acontecendo: desde a região que acontece o furação, até o motivo de existirem tantos crocodilos na história.
O background criado para a protagonista, Halley Keller (Kaya Scodelario), é muito bem construído e embasa muito bem como ela está “preparada” para a situação, mostrando que não é uma simples “sorte” do destino que ela consiga fazer tudo o que faz. Aliás, mesmo sendo tão preparada, ela acaba se prejudicando muito mais, mesmo com muito mais habilidades do que protagonistas de outros filmes do gênero, que parecem virar super-heróis só por estarem naquela situação.
A única coisa que destoa é o drama colocado entre Halley e seu pai, que fica extremamente forçado. Tudo funcionaria muito bem, e melhor, se eles simplesmente estivessem passando por aquela situação, sem ficar debatendo sobre questões de decisões da vida. Simplesmente porque a sobrevivência em si seria motivo forte suficiente para manter a ação e o suspense do longa
Kaya Scadelario está muito bem no papel e imprime na tela uma força de vontade fantástica de alguém que realmente quer sobreviver àquilo. Seu carisma prende a atenção e você torce verdadeiramente pela personagem.
Predadores Assassinos é um sopro de esperança aos filmes de terror / suspense que se sobressai, e muito, a vários outros títulos do gênero que fizeram muito mais barulho do que realmente entregaram.
Spoiler alert: no final eu tinha certeza que iria surgir um crocodilo gigante pulando do nada e pegando o helicóptero no ar. Mal de quem viu muito Sharknado né?
