Porque 1999 foi um ano mágico para o cinema?

Quem acompanhou cinema em 2019 deve ter visto diversos vídeos, textos ou reportagens sobre o ano de 1999 para o cinema e da importância deste ano.

Muitos até o classificaram como “mágico” para os filmes, o que não é nenhum exagero.

Ok, teve algumas pérolas como Inspetor Bugiganga, Fim dos Dias ou o sucesso comercial de Star Wars – A Ameaça Fantasma, mas 1999 foi um dos anos mais ousados, autorais e críveis da história do cinema.

Foram poucos anos em que uma mesma temporada apresentou filmes tão clássicos e marcantes, que até hoje são referência.

E tem para todos os gostos: quer uma ficção científica desafiante? Tivemos o inesquecível Matrix. Quer um suspense eficiente? O sexto sentido! Um terror de qualidade e sobrenatural? A Bruxa de Blair! Uma comédia fora da caixa? Quero ser John Malkovich!

Isso só para citar alguns.

Houve até espaço para questionar o sistema, como o instigante Clube da Luta ou o premiado Beleza Americana, que é uma crítica feroz ao American Way of Life, além de assuntos na qual a discussão seja comum hoje, mas foram importantes para quebrar paradigmas no final do século XX, como o racismo (Hurricane – O Furacão), importância da mídia em detrimento às notícias falsas (O Informante), direitos das pessoas LGBT (Meninos Não Choram), pena de morte (À Espera de um Milagre), aborto (Regras da Vida), psicologia e tratamento em hospitais psiquiátricos (Garota Interrompida, que deu o Oscar à Angelina Jolie) e até empoderamento feminino (As Virgens Suicidas, estreia da direção de Sofia Coppola.)

E os grandes autores, grandes nomes do cinema não ficaram de fora. 1999 foi lançado o último filme do mestre Stanley Kubrick com o sensacional De Olhos Bem Fechados. Como não lembrar do clássico Magnólia, com grande elenco e dirigido por outro mestre, Paul Thomas Anderson. Até Scorsese teve seu filme neste ano, o subestimado Vivendo no Limite. E não podemos nos esquecer do premiado Tudo Sobre Minha Mãe, considerado por muitos o melhor filme de Pedro Almodóvar.

Até as animações foram memoráveis, como Toy Story 2, Tarzan, além do cultuado e amado até hoje, O Gigante de Ferro, um grande fracasso, mais por culpa do estúdio que destratou o filme no lançamento, mas que tem uma legião de fãs.

Mas havia uma coisa que marcava a cultura pop no final dos anos 90: os produtos para o público adolescente, sobretudo com o sucesso dos filmes de terror teen, mas que foi migrando para outros gêneros, como American Pie (impensável hoje em dia), Ela é Demais, 10 Coisas que eu Odeio em Você, com o saudoso Heath Ledger e a Julia Stiles, além do excelente Segundas Intenções, com Sarah Michelle Gellar como vilã, Ryan Phillippe e Reese Witherpoon, que está em Hollywood até hoje fazendo filmes e séries.

Depois dessa safra inesquecível de 1999, chegaram os anos 2000 e os anos 2010. De lá para cá o cinema mudou, as artes mudaram e a forma de como consumimos muita coisa, mudou radicalmente.

Mas uma coisa não muda: os filmes vêm e vão, filmes bons, ruins, clássicos ou esquecíveis. Será difícil alguma temporada conseguir superar o inesquecível ano de 1999 e todo o seu legado no cinema, na cultura pop e no mundo.

Ousadia, paixão e entrega são algumas dessas qualidades que podemos descrever a esses e outros filmes, que ficarão para sempre em nossos corações.

Nerd: Raphael Brito

Não importa se o filme, série, game, livro e hq são clássicos ou lançamentos, o que importa é apreciá-los. Todas as formas de cultura são válidas e um eterno apaixonado pela cultura pop.

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