Os Royal estão de volta! Dessa vez com maiores conflitos e um ponto de vista diferente da história

“Exatamente o que quer dizer. Nós somos como veneno, East. Todos nós.” (Reed, p. 26).

Os Royal estão de volta! E dessa vez, apesar de um pouco menos destrutivos e mais conscientes dos próprios problemas, com um número muito maior de conflitos pessoais e familiares para lidarem. Além de um ponto de vista diferente dessa história.

Reed tinha tudo na vida: beleza, status e dinheiro. As garotas da sua escola matariam para sair com ele, os caras queriam ser como ele, mas Reed nunca tinha dado a mínima para nada disso. Nem para a família. Até que Ella Harper apareceu na sua vida. Quando Ella chegou à mansão dos Royal, o que ele mais queria era que a nova hóspede sumisse, mas ela o conquistou e, agora, Reed irá fazer de tudo para mantê-la por perto. Ella lhe dá segurança, lhe transmite paz, o aconchega… sensações que há muito tempo não sentia. Porém Reed comete um deslize e Ella se afasta por completo, trazendo caos à família Royal. Reed vê seu mundo desmoronar e toda a esperança de viver um romance com Ella desaparece. A garota dos sonhos de Reed não quer mais saber dele, porque sabe que se ficarem juntos, isso vai destruí-los. Ella pode estar certa.

Reed está apaixonado por Ella. Eles estavam namorando, mas por erros do passado e um infortuno, que fez com que ela acreditasse ter sido traída, as coisas não deram certo. Ela deixou a mansão dos Royal, fugiu, e agora que está de volta, não quer ouvir o que Reed tem a dizer. Para piorar, seus irmãos, que sempre estiveram ao seu lado, também não falam mais com ele. Reed e toda sua família estão desmoronando, e não sabem o que pode ser feito para impedirem que a total destruição se concretize.

Ella foi magoada por aquele que ama e acreditava ser uma das poucas coisas boas em sua trágica vida. Encontrou seu namorado Reed, um dos Royal, na cama com Brooke – namorada do pai -, e sem querer saber de qualquer explicação, fugiu. Mas Callum, sob ameaças e promessas de caçá-la aonde quer que ela fosse, a trouxe de volta.

Agora, novamente na mansão Royal, decidiu que não se envolverá em qualquer drama da família, ou se aproximará o suficiente para que volte a se importar. Vai aguentar mais dois anos – tempo o suficiente para completar a maior idade e se formar – e depois disso estará fora, sem qualquer amarra com a família que lentamente a arrasta para mais perto da destruição. Longe de Reed, que a magoou e a quem não pretende perdoar. Mas será que Ella conseguirá assistir aos irmãos e toda a família Royal desmoronar, sem tentar salvá-los?

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Como no volume de estreia da série, Princesa de Papel, o segundo livro continua com um ritmo constante, que só cresce ao progredir dos capítulos e com a aproximação do clímax, sem decair de forma desorganizada e que interrompa abruptamente a fluidez gostosa que as autoras Elle Kennedy e Jen Frederick construíram ao desenvolver da narrativa. Tornando quase impossível deixar a leitura.

Os personagens, carismáticos e apaixonantes a primeira vista, retornam ainda melhores e mais complexos do que antes. Ella, ainda permanece uma menina forte, que luta pelo que quer e acredita – além da própria sobrevivência – mas também está mais disposta a se abrir e aceitar que existem pessoas que estão dispostas a lutar com ela e por ela. Reed, não se livrou de seu comportamento autodestrutivo e dos maus costumes, mas está ciente de seus problemas e de que se algo não for feito, ele e sua família continuarão aos poucos desmoronando.

Para o restante dos Royal, as coisas não estão melhores, principalmente para aqueles que ainda frequentam a Astor Park, que sem a liderança de Reed e os irmãos, está se transformando em uma grande batalha da qual ninguém está a salvo. Inclusive a própria realeza, que há não muito tempo era sua maior autoridade.

Seus comportamentos ainda são bastantes parecidos com os que conhecemos anteriormente, e podem parecer estranhos, mas com os capítulos narrados a partir do ponto de vista de Reed passam a ser compreensíveis. É possível conhecermos um pouco mais do que se passa na mente do personagem e como ele e os irmãos estão profundamente danificados e machucados com a morte da mãe. Como a autodestruição, os prazeres físicos e momentâneos são as únicas formas de preencher o vazio, que carregam dentro de si, que eles conhecem.

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Dividido em inúmeros capítulos, agora não mais narrados por um único personagem – dessa vez temos alguns capítulos atribuídos a Ella e outros a Reed -, Príncipe Partido conta com uma narrativa mais profunda, repleta de mágoas e problemas que, Ella, Reed, Easton, Seb, Sawyer e Gideon, não sabem se conseguiram resolver ou evitar que os separe para sempre. A história de um pai e de seus filhos, de um casal e de cinco irmãos, que com más decisões magoaram-se mutuamente e lutam para reparar seus erros.

Existem algumas atitudes dos irmãos, principalmente do Easton, que podem incomodar um pouco. Magoado, agora por pessoas que ele confiava e considerava seu alicerce em meio ao caos que é sua vida, age de forma a fazer com que as pessoas sintam o mesmo que ele. Sendo possível até mesmo ao leitor sentir o impacto de suas atitudes e falas. Um mérito das autoras a ser parabenizado, porque torna a experiência e a história por elas contadas algo ainda mais palpável, mas que pode ser um tanto cansativo.

Os conflitos acarretados por falta de comunicação entre os personagens também podem ser emocionalmente esgotantes, apesar de não serem um elemento negativo na construção da obra. Eles mostram o quanto a relação dos cinco está prejudicada, que o companheirismo e a confiança uma vez presentes, não estão mais ali.

Príncipe Partido é uma obra para todos os fãs de séries de livros, romance e drama. Uma obra que suga o leitor para dentro das páginas e faz com que crie uma forte identificação com os personagens, possibilitando que eles passem juntos por todas as tristezas e alegrias. Que riem, chorem e se alegrem juntos.

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E os finais, de todos os livros da série até agora lançados, são de surpreender…e…enlouquecer qualquer um que o leia, além de quererem arrancar os cabelos até que o próximo volume chegue as livrarias.

Quanto ao produto, as capas dos livros de Erin Watt, são um espetáculo a parte. Simplistas, possuem um designer encantador e que complementa muito bem o conteúdo e a linguagem do livro. No entanto, nesse volume, por um pequeno descuido, corriqueiro e inofensivo na revisão, mas que pode causar um pequeno desconforto,  algumas frases estão faltando palavras de ligação, ou estão com palavras invertidas. Uma pequena falha, mas que não prejudica a leitura. Fora isso, a diagramação continua excelente e a editora de parabéns, esperamos que o bom trabalho da equipe continue!

 

PRÍNCIPE PARTIDO

AUTOR Erin Watt;

TRADUÇÃO Regiane Winarski;

EDITORA Planeta;

SÉRIE The Royals;

ANO 2017;

PREÇO de 23,00 a 208,00 reais.

Nota-do-crítico-5

Nerd: Ana Giese

A louca com compulsão obsessiva em comprar livros e estudante de jornalismo! Que ama Harry Potter, se apaixona constantemente por personagens fictícios e passa 14 horas assistindo Netflix. Pelo menos sabe precisar de uma visitinha ou duas ao psicólogo!!

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