Histórias Assustadoras Para Contar no Escuro: sucesso dos anos 80 em novo formato

Uma pergunta para os aficionados em terror desde a infância: vocês já ouviram falar sobre a trilogia de livros Histórias Assustadoras Para Contar no Escuro, do autor Alvin Schwartz, e ilustrada por Stephen Gammell? Se a resposta for não, não se surpreenda. Lá fora a trilogia americana infanto-juvenil de contos de terror dos anos 80 é tão famosa quanto Goosebumps, e, se dessa série você nunca ouviu falar, isso sim é assustador.

Apaixonada por terror desde muito nova como sou, conheço sobre ela há muito tempo, mas nunca consegui ler nenhum dos contos até bem recentemente, pois até onde pesquisei minha vida toda, nem mesmo o primeiro livro foi publicado no Brasil até pouco tempo.

O filme Histórias Assustadoras Para Contar no Escurto é a mais nova obra em que Guillermo Del Toro coloca suas mãos e sabemos que quando ele faz terror, faz muito bem. Apesar de uma premissa boba e já muito explorada, o que realmente vende o filme são a nostalgia e os monstros que, sem exagero, são um show a parte!

O filme se passa em uma cidadezinha do interior dos Estados Unidos, em época de guerra no Vietnã, e acompanhamos a história de Stella e seus amigos, Auggie e Chuck. Na noite de Halloween, enquanto fogem de seus bullies, conhecem Ramón e vão para uma mansão mal-assombrada abandonada. Lá, Stella e Ramón encontram um quarto secreto e alguns livros com histórias assustadoras escritas com sangue e sabemos que nada de bom pode vir disso. A menina, escritora e apaixonada por histórias de terror, pega um dos livros para si e sabemos que é daí que a desgraceira começa a acontecer. Como já podemos esperar, o livro do filme contém alguns dos contos dos livros da vida real e acompanhamos seis dessas histórias na versão cinematográfica (The Big Toe, The Dream, The Haunted House, Harold, Me Tie Dough-ty e The Red Spot). Dessas seis, as que acontecem com Auggie e Chuck são as minhas favoritas.

Apesar de poder parecer um filme bobo e faltar a sensação de nostalgia para o público brasileiro, que não cresceu lendo as obras de Schwartz, o que vende o filme por aqui é a mesma coisa que a princípio vendeu os livros lá fora: as criaturas. As ilustrações da trilogia são de arrepiar! Quando era criança, pesquisando sobre ela, nunca achei nenhum dos contos, mas sempre as ilustrações e já conseguia sentir a sensação de pavor só com elas!

No filme, para dar ainda mais a sensação de medo constante que os desenhos de Gammell passam, uma decisão maravilhosa foi tomada: em vez de usar efeitos especiais para criar esses monstros grotescos, foram usados atores de verdade com as melhores qualificações para se passar por essas criaturas horripilantes e a melhor equipe de maquiagem e próteses para criar as imagens humanamente impossíveis de existirem, mas que se tornaram reais graças a eles. Foram escalados atores especializados em filmes de terror e contorcionistas, para deixar a obra mais verossímil. Tenha em mente Mama e A Colina Escarlate quando for ao cinema e prepare-se!

Aliás, você pode até achar que nunca ouviu nenhuma das histórias da trilogia Histórias Assustadoras, mas tenho certeza que já ouviu várias delas e nem sabe. Schwartz inspirou-se em histórias do folclore americano e lendas urbanas famosas para escrever seus contos. Agora com o lançamento do filme mundialmente, é fácil achar os livros por aí, tanto em inglês, quanto em português. Até o vi na Livraria Cultura da última vez que fui! Mas preferi ouvir os audiolivros em inglês no Youtube, o que são, mais uma vez, um espetáculo a parte (pesquise por The Hearse Song e bons pesadelos). Pesquise pelas histórias: O Gancho, A Babá e High Beams (não sei qual foi a tradução desse conto em português) e surpreenda-se por já ter ouvido essas histórias inúmeras vezes.

Histórias Assustadoras Demais Para Contar no Escuro poderá não ser o filme de terror da sua vida, mas te introduzirá a um mundo maravilhoso de contos e ilustrações horripilantes e te garantirá muito diversão e arrepios no cinema.

Nerd: Nathalia Lossolli

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