Crítica: Sonic, o Filme – Correndo na renovação

O filme Sonic, após muitas controvérsias durante sua produção, finalmente chegou aos cinemas e nos apresenta uma história de fantasia e aventura com boas doses de humor. Do diretor Jeff Fowler, traz nomes como Jim Carrey, James Marsden e Ben Schwartz no elenco.

Para quem não é familiarizado com o título, Sonic é uma franquia de jogos de origem japonesa com seu primeiro jogo lançado em 1991. Desde então, foram lançados inúmeros jogos estrelando ou com participação do porco-espinho. Este filme causou um grande alvoroço nas mídias, quando seu primeiro trailer foi revelado: houve uma reação extremamente negativa em relação ao visual do personagem e desfavorável ao lançamento do filme por conta disso. Portanto, o longa teve sua estréia adiada e uma reformulação do personagem foi feita para melhorar a receptividade do título. Felizmente, a segunda versão do personagem foi bem aceita e o filme foi lançado neste começo de 2020.

A história não nos conta a origem dele em relação às suas habilidades, porém nos mostra ele criança, o que é bem interessante. O enredo nos trás a vinda para a Terra e ele vivendo incógnito em nosso mundo, até que alguns eventos expõem sua existência e isso desencadeia muita confusão. Após viver por cerca de 10 anos sem ser descoberto, um deslize de Sonic faz com que o exército e forças armadas investiguem sua existência e o cacem. Nesse ponto, é introduzido o inimigo clássico dele, o Doutor Robotnik (Jim Carrey) que não mede esforços para capturá-lo.

As adaptações tanto do Sonic quanto do Dr. Robotnik ficaram bem interessantes e Jim Carrey conseguiu dar vida ao personagem da forma mais característica de sua atuação: uma personalidade excêntrica, com facetas e reações que beiram a insanidade, o que encaixa perfeitamente como deveria ser seu personagem, pois nas histórias da franquia, o Doutor Robotnik é um cientista louco que tenta se apossar de objetos de grande poder, e que tem um arsenal de robôs e máquinas à sua disposição. Única ressalva em relação à este personagem, é que nos jogos, ele é “redondo”, bem cheio fisicamente, e careca – por essas características que recebe o apelido de “Eggman” (homem ovo), por lembrar um ovo. Já no filme, ele é bem magro, basicamente o oposto, mas fazem a referência ao seu apelido: mas por conta dos robôs que usa, que lembram ovos, o que acabou ficando interessante também, e não esqueceram dessa associação, então ponto positivo.

O Sonic ficou bom também, pois fizeram uma personalidade eletrizante e impulsiva, e de alguém bem jovem e curioso. O que casou bem com alguém que é extremamente rápido, ele não pensa muito nas consequências e isso o torna mais “real”. Com sua aparência revisada, ficou bem mais agradável e parecida em relação aos jogos e piadas e situações durante o filme o tornam bem carismático. Um ponto negativo é que em alguns momentos parece que as pessoas ignoram a aparência de Sonic e não o vêem como um ser totalmente alheio aos do nosso mundo e que é um extraterrestre, o que fica bem estranho (o maior exemplo, é a cena no bar).

Os efeitos gráficos ficaram bem feitos e legais visualmente, melhorando a experiência dessa adaptação dos jogos para as telas do cinema. Apesar da história não explicar quase nada em relação a sua origem (mais especificamente seus poderes), dos anéis ou dos outros mundos, nos mostra uma origem do Doutor Robotnik e um gancho de história para introduzir outros personagens e lugares, e com sorte, nos contar mais sobre o universo de Sonic.

No geral, as piadas e cenas cômicas apareceram em momentos oportunos ou que não tenham ficado muito forçadas e estranhas, não atrapalhando o fluxo da história e conseguindo proporcionar boas risadas. O fator saudosismo também é bem relevante e principalmente para o público mais velho que vivenciou e jogou os jogos nas décadas de 1990 e 2000, provavelmente irão curtir este longa. E para as crianças, há um apelo pois o Sonic é bem jovem e irão se identificar com ele.

Nerd: Guilherme Vares

Formado em Ciências da Computação e Pós em Jogos Digitais, aspirante à Game Designer, tendo Rpg e boardgames injetados diretamente na veia, adepto de jogos em geral e voraz consumidor de livros, séries e filmes.

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