Vocês já estão acostumados com minha chatice para com os filmes de terror. É muito raro eu vir aqui e elogiar o gênero, pois parece que a galera envolvida ficou preguiçosa, tirando 4 ou 5 exceções nos últimos 7 anos.
Quando fiquei sabendo que veria o mais novo filme de Rob Zombie me enchi de esperança, afinal ele fez história no terror independente e se envolveu em grandes produções (reboot de Halloween e sua sequência). Tive mais esperanças ainda ao saber que seria o fechamento de uma trilogia que começou com A Casa dos Mil Corpos e Os Rejeitados pelo Diabo, mas infelizmente Os 3 Infernais não conseguiu manter a qualidade dos 2 primeiros.
A história se passa anos após os Rejeitados terem sobrevivido ao fuzilamento pela polícia e sendo encarcerados em uma prisão de segurança-máxima. Otis (Bill Moseley) consegue fugir com a ajuda de Winslow Foxworth Coltrane (Richard Brake) e, obviamente, tem um plano para resgatar Baby (Sheri Moon Zombie). Isso é basicamente a parte boa do filme, onde tudo o que é esperado que o trio de assassinos realize em seu caminho, realmente acontece.
Na verdade fica a sensação de que existem 2 filmes dentro de 1 só, onde o primeiro é totalmente condizente com o que conhecemos, mostrando toda a violência e horror que os Rejeitados são capazes de realizar. Porém, depois que os 3 conseguem realizar seu plano há uma virada um tanto brusca, que se deve não somente a mudança de ambiente, mas também ao posicionamento dos personagens principais dentro da história.
Na primeira parte temos efetivamente o trio cometendo atos de violência que realmente são dignos dos ocorridos nos primeiros filmes, tudo para conseguir sobreviver, conseguir a liberdade e se encontrarem. O problema surge justamente porque quando alcançam seu objetivo acabam não tendo mais propósito algum. Coincidentemente, eles saem de seu “habibat natural” e ao fazer isso é perdido toda aquela animosidade conhecida e mostrada. Em certo momento, o espectador quase fica tentado a torcer pelo trio em meio ao embate em que se envolvem. Mas esse conflito é fraco, resolvido de maneira quase preguiçosa e quase sem nenhuma característica que os fizeram famosos.
O que mais irrita é o fechamento da história que, sendo da forma que é, deixa claro que o filme poderia ter sido encerrado em sua metade. Não que isso seria um final bom, mas pelo menos teria mais impacto e deixaria uma melhor impressão nos fãs, já que a primeira metade é mais fluída e não cansa e a segunda é arrastada, boba e sem sentido.
Uma pena não fechar tão bem quanto poderia, mas mesmo assim, talvez seja interessante ver o filme para relembrar os personagens e pela “homenagem” a Sid Haig (Captain Spaulding), falecido em setembro.