“Pelo menos não tem drama romântico!”
Foi com esse pensamento que saí da sessão de Midway: Batalha em Alto Mar. Roland Emmerich tenta contar em detalhes um dos momentos mais cruciais da Segunda Guerra Mundial, entre a frota americana e a Marinha Imperial Japonesa, logo depois que os japoneses atacaram Pearl Harbor. Devastados após o ataque surpresa, os americanos tentam se recuperar e se organizar em meio a paranoia e a falta de recursos.
Falando assim parece até uma continuação direta de “Pearl Harbor” de Michael Bay (e é, em termos históricos), porém Emmerich escolheu mostrar o conflito com diferentes pontos de vista, enfatizando as motivações e estratégias de cada um dos lados. Porém, o patriotismo embutido na escrita de Wes Tooke é evidente e sofre o tempo todo com a falta de profundidade de seus personagens. E isso é realmente um desperdício quando se tem no elenco Woody Harrelson, Luke Evans, Dennis Quaid, Patrick Wilson, Aaron Eckhart, Mandy Moore e outros.
O roteiro é confuso em muitos aspectos e previsível no que deseja se focar: heroísmo (como a maioria dos filmes de guerra) e as personagens femininas são totalmente desperdiçadas, servindo apenas como apoio para a virilidade dos soldados americanos.
Os efeitos visuais são o que há de melhor no filme. com cenas bem coreografadas, mas que em alguns momentos de tão reais, davam a impressão de uma cutscene de algum jogo. Apesar disso, o trabalho é digno de comparação com grandes filmes de ficção-científica ou de super-heróis da última década.
Se a história tivesse menos personagens, seria possível se aprofundar nos que estivessem na história, aumentando o envolvimento do público, já que existem muitos detalhes de muitas pessoas para serem contados e o tempo em tela não é suficiente.
No fim, “Midway” acaba se destacando sobre “Pearl Harbor” apenas pelas belas cenas de guerra e por não tentar forçar um romance desnecessário para a história. Mas pode agradar aqueles que querem apenas um pouco de “tiro, porrada e bomba”, aliás, muitas bombas.