Crítica “IRMANDADE” – O Certo é o certo. Não é?

Quando participei da coletiva de imprensa com o elenco de Irmandade e os ouvi falar por muitas vezes sobre como a série explora a linha tênue que separa o certo do errado, eu não imaginava o quanto realmente isso era mostrado de forma tão visceral.

Devido a alguns atrasos na disponibilização dos episódios antecipados para a imprensa, eu acabei assistindo apenas aos 2 primeiros antes da série ser liberada para o público e por isso mesmo, preferi terminar de ver tudo para escrever sobre. E fiz bem. Se eu tivesse vindo até aqui e feito minhas considerações baseado apenas nestes episódios eu não poderia de maneira alguma dizer com toda a certeza do mundo que é uma das melhores séries já feitas pela Netflix (em nível internacional). Pra mim, a melhor produção nacional já feita por ela.

A cada episódio uma nova questão é levantada e fica muito difícil você não colocar em cheque muitas de suas convicções pessoais e todas as decisões tomadas pela produção (que você pode ler aqui), se mostraram as mais acertadas possíveis.

A princípio é fácil subestimar a série, pensando que você já deve ter visto a história contada em outras produções como Cidade De Deus, Tropa de Elite ou Carandiru, mas por ser uma série, Irmandade tem tempo e enredo para explorar mais a humanidade ambígua que cada ser humano possui. É fácil se pegar odiando alguns personagens durante um tempo, mas logo você está envolto a outros sentimentos que te colocam frente a frente com a sua própria hipocrisia, afinal todo mundo sabe o que é o certo. O certo é o certo. Assim, preto no branco. Não é?

O certo é a polícia prender o bandido. Mas e quando o policial é o viciado em cocaína? O certo é prender quem comete um crime, mas tudo bem você fumar o seu baseado no final de semana (e segundo a lei, isso é crime, logo). O certo é deixar e confiar no sistema judicial e carcerário, mas e quando você tem a chance de salvar a vida de alguém que você ama?

Irmandade é um tapa na cara para mostrar que pode existir o “certo” dentro de uma sociedade errada e o “errado” dentro de uma instituição que deveria representar a justiça. É claro que isso não é novo, mas com atuações tão vívidas do elenco principal de (Seu Jorge, Naruna Costa, Lee Taylor, Pedro Wagner, Edmilson Cordeiro, Wesley Guimarães e Hermila Guedes) é impossível não se envolver e duvidar. Duvidar do sistema, da sociedade, das pessoas e de você mesmo.

Eu poderia rasgar o verbo para falar sobre o trabalho incrível de cada um dos citados acima, mas nada realmente chegaria perto da entrega que os atores forneceram aos personagens. Todos, sem exceção, estão maravilhosamente incríveis. É quase impossível acreditar que Pedro Wagner É o Carniça, obviamente pela diferença brutal que existe entre ator e personagem. Lee Taylor vai transformando Ivan em um gigante e talvez seja a maior prova de que “palavra não faz curva” e a interação formidável entre Naruna (Cris) e Hermila (Darlene): que mulheres!

Além disso, o elenco de apoio é algo primoroso! Preste muita atenção em Viola e Formiga. São fundamentais para o andamento da trama e entendimento da dinâmica da facção.

Aguardo ansiosamente pela segunda temporada!

Nerd: Carlos AVE César

Apaixonado por Criatividade & Inovação! Desde pequeno sempre gostei de fazer listas de filmes que tinha assistido, debater teorias e opinar sobre tudo. Em 2012 criei uma Fan Page de GOT, uns malucos botaram fé no que eu falava 1 ano depois montei um site de cultura nerd. Hoje divido meu tempo criando conteúdo para o Universo42 e estratégias de crescimento para a SKY Brasil.

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