Crítica “A Batalha das Correntes”

Chega aos cinemas nacionais o filme A Batalha das Correntes. Dirigido por Alfonso Gomez-Rejon e com roteiro de Michael Mitnick, trata-se de um filme de drama, biografia e relatos históricos de como três visionários brilhantes mudaram o rumo do mundo moderno com a utilização em larga escala da eletricidade nos Estados Unidos.

Baseado em fatos históricos e biografia dos personagens, o filme conta a trajetória de Thomas Edison (Benedict Cumberbatch), célebre inventor e seu fiel ajudante Samuel Insull (Tom Holland); George Westinghouse (Michael Shannon), um homem de negócios bem carismático e o gênio novato Nikola Tesla (Nicholas Hoult) na disputa para ver quem consegue o melhor método para espalhar a energia elétrica nas cidades americanas na época em que tal coisa era apenas um luxo para quem pudesse pagar caro por isso. Assim, o objetivo era difundir e tornar acessível para toda a população.

Thomas Edison

O foco do filme não é a descoberta em si sobre a eletricidade ou a maneira como transmiti-la, mas sim toda a brutal disputa de quem consegue ter “o melhor meio de distribuição”. Ou seja, a ideia mais difundida, bem vista e comprada. Neste contexto, a trama nos mostra como cada um lidou com a competição, os respectivos meios e artimanhas para se sair melhor que o outro e como era a relação entre eles, já que estavam competindo por isso.


George Westinghouse

Por um lado, é interessante ver pessoas que marcaram a história em uma versão de carne e osso, tentando aproximar de como deveriam ser, mostrando um possível fragmento do passado e como as coisas ocorreram. Mas ao mesmo tempo, tem-se a expectativa de ser algo extraordinário, de mostrar as descobertas, que na verdade, se trata de nada mais do que uma disputa política, de negócios, fama e ideais pelo mercado de energia elétrica. Portanto, isso pode acabar desanimando algumas pessoas ao ver o filme.

Nikola Tesla

Vê-se claramente as diferentes personalidades e objetivos de cada um dos três personagens chave, onde um inventor faz de tudo para ele ter controle e reconhecimento sobre tudo o que cria, além de ser levado ao limite de seus princípios e crenças, além de ter um comportamento um tanto quanto obsessivo com o seu trabalho. Em contrapartida, um homem de negócios que quer difundir o método mais barato e eficiente possível para a energia elétrica, mas também é levado ao limite de sua índole e conduta ao ser severamente acusado para perder credibilidade na corrida elétrica. E por último, um jovem e brilhante gênio querendo contribuir para uma melhor utilização da energia, que é bastante tímido mas sendo totalmente desacreditado por causa de ego, arrogância e ganância dos outros.

Em relação à ambientação e ao visual, pareceram bons, e trilha sonora agradou. Algo que acabou ficando um pouco confuso é o intervalo temporal entre algumas cenas que às vezes aparecem de forma bem sutil ou subentendida, podendo passar desapercebido e gerando um pouco de confusão ou o espectador ficar um pouco perdido no fluxo da história. A atuação de alguns personagens surpreendeu, ao ponto de conseguir dissociar com personagem icônico do ator (olá, Tom Holland), o que sabemos que às vezes é muito difícil não associar (olá,
Benedict Cumberbatch). No geral, o filme agradou e conseguiu cumprir sua proposta e consegue prender a atenção da plateia.


Samuel Insull e Thomas Edison

Nerd: Guilherme Vares

Formado em Ciências da Computação e Pós em Jogos Digitais, aspirante à Game Designer, tendo Rpg e boardgames injetados diretamente na veia, adepto de jogos em geral e voraz consumidor de livros, séries e filmes.

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