As Rainhas da Torcida: Diane Keaton estrela comédia sobre velhice e superação

O período do verão americano de 2019 é um dos mais concorridos dos últimos anos. Em meio a blockbusters como O Rei Leão, Vingadores – Ultimato, Toy Story 4, entre muitos outros, é pouco provável que uma comédia quase independente ganhe destaque nas telonas no que diz à bilheteria, mas pode se tornar um filme querido para os próximos anos: As Rainhas da Torcida.

            A divulgação foi tímida e mesmo entre os amantes de cinema, a expectativa estava baixa, mas a boa notícia é que As Rainhas da Torcida é uma grande surpresa da temporada, um filme que merece ser descoberto, sobretudo pela sua mensagem e simplicidade.

Na história, Martha (Diane Keaton) descobre que tem um câncer terminal, resolve vender seus pertences e passar seus últimos momentos reclusa em uma comunidade de idosos, mas sua tranquilidade muda quando ela conhece a movimentada Sheryl (Jacki Weaver, de O Lado Bom da Vida), sua nova vizinha.

            Não demora muito para as duas criarem um laço de amizade e conforme uma vai descobrindo os segredos da outra, Sheryl descobre que Martha foi animadora de torcida no passado e a convence a treinar suas amigas para formarem um novo grupo de senhoras animadoras de torcida.

Obviamente, essa ação gera preconceito da comunidade, famílias, mas, principalmente, do grupo de animadoras estudantes do colégio local, entre elas a jovem Chloe (Alisha Boe, a Jessica de 13 Reasons Why).

            O filme usa esta história como pano de fundo e metáforas para qualquer coisa na vida, não apenas a velhice, mas sobre superar as limitações e obstáculos. Obviamente, a mensagem sobre o preconceito com a idade também está presente, mas sem apontar o dedo ou transformar o filme em um programa enfadonho, muito pelo contrário.

É uma comédia. Não comédia dramática ou de humor negro. É puramente comédia. E diverte muito o espectador. Há vários alívios cômicos, seja do grupo de senhoras ou da polícia local, que promete arrancar várias risadas da plateia.

            Quaisquer semelhanças ou comparações com a série da Netflix, Grace and Frankie, que também tem atrizes veteranas, com o pano de fundo sobre velhice e com críticas ao preconceito da sociedade, não estão erradas: as duas obras se completam, valem serem vistas e quem ganha com isso é o espectador.

E o filme não funcionaria sem seu maravilhoso elenco e a química das atrizes: além de Diane Keaton e Jacki Weaver, também temos a presença de Pam Grier (a nossa Jackie Brown), Rhea Perlman, Phyllis Somerville, entre muitas outras. Mesmo Alisha Boe vai ganhando o carisma com o público conforme o filme avança e se torna uma grande personagem.

            A diretora Zara Hayes faz um filme pautado nas atrizes, mas sem esquecer sua história e o resultado é um filme simples, singelo, mas eficiente, seja na sua mensagem ou crítica social, em um feel good movie que tem tudo para se tornar querido para os próximos anos.

Nerd: Raphael Brito

Não importa se o filme, série, game, livro e hq são clássicos ou lançamentos, o que importa é apreciá-los. Todas as formas de cultura são válidas e um eterno apaixonado pela cultura pop.

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