Anna – O Perigo tem Nome: Fórmula de Femme Fatale na medida

O filme Anna – O Perigo tem Nome estréia nos cinemas nacionais no final deste mês. Categorizado como filme de ação e suspense, segue a história e trajetória de Anna Poliatova (Sasha Luss) de viciada e uma pessoa comum à uma das assassinas mais temidas do mundo. Apesar de ter na direção Luc Besson (responsável por Lucy e O Quinto Elemento) e se enquadrar no estereótipo de Femme Fatale tanto quanto os mencionados, Anna não é uma cópia ou uma variação desses títulos.

Neste caso, não há poderes ou tecnologia envolvidos, apenas a boa e velha fórmula de agentes secretos, espionagem e ação. Anna é recrutada pela KGB para se tornar uma agente russa e este é ponto de partida da história e toda a trama. Mas para surpresa de todos (e sorte dela), se mostra uma aprendiz talentosa e promissora, além de ser dotada de uma beleza estonteante, o que complementa perfeitamente o “cargo” para o qual está sendo treinada: uma assassina letal e altamente eficaz.

No percorrer de seu treinamento e as intermináveis missões nas quais é designada, deixa um rastro de violência, seduções, destruição, sangue e mortes. Sem contar traições e muitas reviravoltas, o que acaba sendo um dos pontos mais positivos do filme: as surpresas e mudanças na trama (algumas esperadas e outras nem tanto) em que alteram bastante os acontecimentos e interações entre os diversos personagens. Uma rede de espionagem e confrontos entre agentes da KGB e agentes americanos é a motriz da história e engloba este intrincado emaranhado de segredos, alianças e traições. Afinal, em quem você poderá realmente acreditar e confinar neste ramo de agentes secretos?

Um dos pontos mais focados é o quanto Anna está “presa” e sem chances de se tornar livre e seguir o rumo que quiser para sua vida. Inicialmente ela se encontrava em um relacionamento abusivo e opressor, sem perspectivas de ser dona de si. Mas ao ser abordada pelo agente Alex Tchenkov (Luke Evans) e oferecida a oportunidade de se tornar uma também e servir seu país, ela deve escolher a morte ou essa oferta. Contudo, acaba percebendo que também é outra forma de aprisionamento, sem direito à liberdade e poder viver em paz. Isso começa a consumi-la e preocupá-la. Mas uma série de eventos faz com que suas habilidades e convicções sejam postas à prova e sua vida fica em jogo mais do que nunca.

Apesar da premissa de agentes secretos, assassinatos e espionagem ter sido extensivamente explorados, o filme consegue cativar o espectador e envolvê-lo na história de Anna. Cenas de ação de tirar o fôlego e impressionantes (que te deixam vidrado e com os nervos saltando de tensão), além do fluxo de flashbacks para explicar várias coisas que ficaram escondidas deliberadamente durante a narrativa. E consegue colocá-las de forma inteligente para não cansar o espectador à cada ocorrência e manter a surpresa ao fazê-lo.

As cenas de ação, a trilha sonora e as jogadas de câmera ficaram bem feitas e agradam aos olhos e ouvidos, excedendo as expectativas. Além dos cenários e figurinos serem bem trabalhados e no geral ficaram bonitos e interessantes. Em relação à narrativa, reforçando que o fluxo de cenas e alternância de eventos passados e presentes ficaram de uma forma fluída e agradável, sem causar confusão no entendimento da história. E como um todo, o filme se mostrou mais interessante do que se esperava e valeu a pena a sessão. Portanto, filme mais do que recomendado para se entreterem nos cinemas!

Nerd: Guilherme Vares

Formado em Ciências da Computação e Pós em Jogos Digitais, aspirante à Game Designer, tendo Rpg e boardgames injetados diretamente na veia, adepto de jogos em geral e voraz consumidor de livros, séries e filmes.

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