Abigail e a Cidade Proibida: fantasia steampunk?

Abigail e a Cidade Proibida é uma produção russa mas no idioma inglês, com uma ambientação que apresenta muitas características de um cenário “steampunk“.

Mas o que é Steampunk?

Bom, a definição do termo se dá para um gênero de ficção científica que tenha um cenário histórico/realista mas com máquinas, itens e utensílios movidos à vapor ao invés de tecnologia avançada. Com um estilo de design e moda/vestuário que combina elementos históricos com características tecnológicas anacrônicas inspiradas por ficção científica (como por exemplo zepelins ao invés de aviões, veículos e elevadores e outras máquinas movidas à muitas engrenagens e sem tecnologia digital como celulares, visores, etc.) com elementos sobrenaturais como magia e criaturas mágicas.

Um Zepelim

Usando a premissa de uma cidade que está isolada do resto do mundo por muitos anos por causa de uma misteriosa epidemia que faz com que as pessoas morram e infectem outros ao redor (causando muita dor e sofrimento), onde uma pequena garotinha tem seu pai levado por estar aparentemente infectado, mas ao crescer, começa a ter dúvidas sobre a dita epidemia e sobre si mesma.

Um ponto que incomoda durante o longa todo, é que o áudio dos personagens parece estar ligeiramente fora de sincronia com os movimentos labiais dos atores, ao mesmo tempo parecendo ser dublado e áudio original. Talvez seja pelo fato de ser uma produção russa, e o idioma não ser nativo (da maioria) dos atores, mas pode ser apenas impressão.

Apesar disso, o restante da parte visual ficou muito boa, os efeitos especiais surpreendem e valem à pena, bem trabalhados e bonitos. Cenário, vestimenta e outros detalhes ficaram muito bem encaixados na atmosfera steampunk e isso tornou a experiência bem legal.

Alguns estereótipos poderiam ter sido abordados de maneira mais convincentes, não há muita explicação da ambientação ou das circunstâncias do cenário para entender tudo, várias dúvidas sobre o mundo e alguns personagens ficam no ar por falta de informações. Mas o que mais incomoda são as motivações e reviravoltas de determinados personagens que ficam muito fracas e até chegaram a decepcionar pelo quão simples e cliché (sem embasamento) se apresentam.

Em contrapartida a trama propõe uma atmosfera de mistério e aventura, que consegue manter até o final. Toda a parte de charadas e pistas compensam alguns aspectos negativos já citados. No geral, é uma boa experiência cinematográfica, principalmente pela ambientação steampunk e aspectos de fantasia.

Nerd: Guilherme Vares

Formado em Ciências da Computação e Pós em Jogos Digitais, aspirante à Game Designer, tendo Rpg e boardgames injetados diretamente na veia, adepto de jogos em geral e voraz consumidor de livros, séries e filmes.

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