3 Jogos para te ajudar a derrotar o tédio, a ansiedade e o isolamento

Viva novas aventuras durante a quarentena sem sair de casa: aqui vão dicas de três jogos nos quais você fará parte da história junto com os personagens, tomando decisões e escolhendo o rumo de cada narrativa.

A quarentena pode ser um momento cheio de incertezas, inseguranças, saudades, ansiedades e tédio. Hoje, venho dividir com vocês a minha forma de lidar com tudo isso: os jogos digitais. Eles são minha companhia desde pequena, seja no pc, master system, nintendo, playstation, celular… Não importa como, o que importa para mim é uma boa história e bons personagens.

Separei três dos melhores jogos com os quais tenho me divertido e me distraído durante esses tempos complicados. Espero que também possam ajudar vocês a lidar com os sentimentos negativos. Conheça mundos fascinantes, personagens apaixonantes e jornadas de deixar saudade quando acabam. Pegue o controle, abre a loja da Steam e da Epic e vem comigo! 🙂

  1. Blacksad – Under the Skin
Blacksad: Under the Skin visited at www.games.ch

É impossível não fazer a comparação: quem já jogou The Wolf Among Us e curtiu a experiência, assim como eu, não vai conseguir ignorar a versão felina de Bigby – o detetive particular Blacksad. A arte, as mecânicas, a origem dos quadrinhos e parte da narrativa são extremamente parecidas: porém, aqui, não há fábulas: os animais são os reis da selva de concreto de Nova Iorque nos anos 50. 

Na história, nós assumimos o papel de Blacksad na investigação do suposto suicídio de Joe Dunn, dono de uma academia de boxe, e do desaparecimento de seu pupilo Bobby Yale, que está prestes a ter uma das lutas mais importantes de toda a sua carreira. Descubra pistas e desvende os mistérios podres da cidade que são pouco a pouco revelados por meio de diálogos de múltiplas escolhas que formam a personalidade do seu Blacksad, sentidos de felino como olfato, visão e audição aguçados, quick-time events e quebra-cabeças.

O jogo é daqueles que, de tão bom, estou jogando bem aos pouquinhos com medo de que acabe logo. A história é envolvente, os personagens são cativantes, os desafios possuem a dosagem certa de dificuldade e a dublagem é impressionante! Minha única decepção foi com os controles de jogo, com os quais demorei um pouco para me acostumar.

Blacksad é um jogo do Pendulo Studios e YS Interactive, e pode ser encontrado na Steam por R$ 75,49.

  1. Série Life is Strange (LiS 1, Before the Storm, Captain Spirit e LiS 2)

Já comentei sobre o Life is Strange por aqui antes, em um post com 5 motivos para (não parar de) jogar! O primeiro jogo da série foi um marco na minha vida, pois era algo que unia tudo o que eu mais amava em um único jogo: escolhas importam, protagonista feminina, imersivo, rico em história, exploração e personagens tão únicos quanto suas habilidades, que nos contaram suas jornadas conturbadas e nos convidaram a participar dela.

Depois do primeiro Life is Strange, tivemos também episódios especiais que complementam a história, assim como o Before the Storm, que nos contou a vida de Rachel e Chloe antes de todos os acontecimentos tempestuosos de Arcadia Bay – um must play para aqueles que, assim como eu, se deixaram encantar pelo mundo que nos foi apresentado em LiS.

E, então, entre o primeiro e o segundo título da série, tivemos The Awesome Adventures of Captain Spirit – as aventuras de Chris,  um garoto que tem o superpoder da imaginação para escapar dos problemas da vida real. É um jogo curto, mas com uma experiência tão rica e tocante que deixa marcas,não só nos nossos coraçõezinhos gamers, haha, mas também na própria série do jogo: é que o Captain Spirit é um dos personagens que fazem parte da história de Sean e Daniel, os protagonistas de Life is Strange 2. A vida dos garotos colide, e as escolhas que tomamos em Captain Spirit, assim como as escolhas que fizemos no final do primeiro título da série, refletem em nossa aventura em LiS 2. O quão incrível é isso?! MUITO incrível. A emoção de ver o passado que construímos com outros personagens em outras histórias e outras vidas colidindo com a de Sean e Daniel é de arrepiar. 

Em Life is Strange 2, acompanhamos a jornada cheia de perigos de dois irmãos que fogem de terríveis injustiças e traumas que os perseguem por todo o caminho. Sean, o irmão mais velho, cuida de Daniel, seu enano, por todo o caminho, enquanto tenta ajudá-lo a entender e a lidar com seus poderes recém-descobertos.  Foram 5 episódios estarrecedores do começo ao fim: se eu já tinha amado LiS 1, o segundo me virou do avesso de tantas emoções. Nenhum esforço foi poupado para que nos fizessem sentir compaixão e fazer parte do crescimento e das aventuras cheias de contratempos dos dois irmãos. O final deste título foi bem pesado para mim, não só pelos finais da história, mas pela separação extremamente difícil – eu tinha me apegado tanto aos personagens, a suas vidas, seus dilemas e evoluções que foi doloroso dizer adeus quando os créditos finais apareceram. 

Sabe aquele sentimento de luto que livros, séries, filmes e jogos que formam aquela conexão com a gente causam quando chegam na cena final? Foram semanas difíceis, que eu chorava de lembrar dos dois, de tudo que sofreram juntos, de tudo que aprenderam juntos, e de tudo que tive o prazer de participar. Pode parecer ridículo e exagerado para muitas pessoas esse sentimento de perda e essa conexão que criamos, mas ela é real. Tanto que, inspirada por esse sentimento, fui até procurar cursos sobre narrativas para videogames – quem sabe um dia não crio uma história que chegue pelo menos aos pés das envolventes histórias divididas conosco pelo pessoal da Dontnod, Deck Nine e Feral?

Também chorei pacas quando li notícias que, muito provavelmente, não venha um Life is Strange 3 por aí. Mas também chorei de alegria (sim, sou uma chorona ahhaha) quando li sobre dois outros jogos que estão sendo desenvolvidos: Tell me Why, que conta a história de uma jornada transexual, e Twim Mirror, uma misteriosa aventura episódica por uma mente pra lá de confusa. Estou gritando enquanto digito, aguardando mais notícias sobre datas de lançamento!

Enquanto isso, divirtam-se com tudo que Life is Strange tem a oferecer. Não vão se arrepender de conhecer Max, Chloe, Rachel, Chris, Sean e Daniel, e todas as “almas” digitais maravilhosas e perturbadas que eles encontram pelo caminho, sendo guiados por suas decisões. Sem pressão.

Os jogos da série Life is Strange podem ser encontrados na Steam, com preços variados e sempre com boas promoções, além de demos e episódios gratuitos para que você experimente um pouco do que os jogos têm a oferecer.

  1. Detroit – Become Human

Depois de ficar arrasada e abandonada com o final de Life is Strange 2, eu precisava de um jogo que preenchesse o vazio. E foi aí que me lembrei de Detroit, um jogo que eu esperava há muito tempo, que experimentei um pouquinho na BGS e, por ser exclusivo do PS4 até certo momento, caiu no meu esquecimento.

Eu sabia que o jogo era bom: a Quantic Dreams não decepciona quando o assunto são jogos cheios de escolhas, sentimentalismo e personagens com os quais criamos laços muito fortes, como Heavy Rain e Beyond Two Souls. Mas o jogo superou quaisquer e todas as expectativas, desde o primeiro capítulo. 

A narrativa de Detroit se desenrola em um mundo futurístico, no ano de 2038, no qual os andróides são itens amplamente consumidos pelos seres humanos para auxiliarem em diversos serviços: há andróides específicos para tarefas domésticas, andróides babás, andróides cuidadores de idosos, andróides acompanhantes… Seja qual for sua necessidade, um andróide pode supri-la para você.

Esse é o sonho de muitos humanos dos tempos de hoje, mas o pesadelo para muitos andróides divergentes do futuro: tais andróides, ao presenciarem ou serem vítimas de comportamentos agressivos e injustiças, começam a “despertar” e experienciar emoções humanas como empatia e medo, que os leva a se rebelarem contra suas programações de servidão e submissão inquestionável.

Em Detroit, acompanhamos a jornada e a visão de diferentes personagens durante essa rebelião das máquinas: Kara, uma andróide doméstica que serve em um lar disfuncional, Makus, um andróide cuidador de um famoso artista, e Connor, um andróide investigador que é o parceiro de Hank, um policial alcoólatra e solitário, na investigação dos crimes cometidos por andróides divergentes. Eu amo todos e vou defendê-los até o final dos meus dias.

Mas, como de costume nos jogos do mesmo estilo, não só acompanhamos a história como meros espectadores, mas tomamos decisões e fazemos escolhas assumindo o papel dos personagens – e em Detroit, é impressionante a quantidade de ramificações dos caminhos que escolhemos, e como cada interação ou decisão podem mudar drasticamente a história não só afetando o futuro, mas com consequências imediatas.

Detroit ganhou meu coração sua versão otimizada (pero no mucho, vive travando mesmo com configurações recomendadas) para PC em dezembro de 2019 e pode ser adquirido por R$ 98,99 na Epic Games, e possui uma demo para experimentação gratuita. Eu peguei o jogo por cerca de R$ 60 reais em uma promoção da Epic – fiquem de olho!

Nerd: Evelyn Trippo

I just have a lot of feelings, e urgência em expressá-los. Tradutora (formação e profissão), aspirante a escritora e estudante de projetos em games. Pára-raio de nerds, exploradora de prateleiras em sebos e uma orgulhosa crazy pet lady.

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