Uma das coisas que mais me chamou atenção na BGS de 2017 foi a área de jogos indie (jogos independentes). Tinha muita coisa bacana naquele espaço, e enquanto passávamos pelos corredores apinhados de gente no terceiro dia de evento, um dos pequenos estandes se destacou.
O estande da Ambize Studio era muito singelo; se tivesse uma metro por um metro e meio seria muito. Mas o que me pegou foi o trailer que passava na pequena TV pendurada no fundo. No vídeo, um coelhinho andava por cima de um livro aberto enquanto interagia com o ambiente.
A história
White Lie conta a história de Greg, um coelhinho de pelúcia que procura por sua dona desaparecida, Emma.
Conforme o personagem vai andando e interagindo com o ambiente, o jogador irá descobrir pistas que desvendarão os mistérios do passado de Greg e responderão o que aconteceu com Emma.
A jogabilidade e mecânica
Os comandos do game são extremamente simples: são apenas quatro (movimento, interação com o ambiente, saltar e puxar o arco). As fases se passam no sentido horizontal em 2D e seguem a fórmula que conhecemos do Mário Bros: chegando ao canto direito da tela, você passa de fase.
Há duas mecânicas principais no jogo: a exploração das memórias do coelhinho Greg, onde você irá descobrir o quanto ele é leal à Emma e onde o jogador cria uma conexão com o personagem principal, e a exploração e interação com o ambiente, que te darão pistas do paradeiro de Emma. Se o jogador encontrar algum objeto que tenha relação com alguma memória que Greg tenha com sua dona, então você irá revisitar essa lembrança.
Na demo que joguei, essa mecânica é mostrada quando Greg encontra um livro que Emma gostava de ler. Ele lembra que e a garotinha não gostava muito do final, assim embarquei em uma pequena aventura para mudar o fim do livro.
A sensibilidade tocante
A galera da Ambize Studio consegue trazer uma sensibilidade incrível para o jogo ao transformar a relação entre uma criança e seu brinquedo em um jogo. Assim, nós como jogadores, poderemos ver o desenvolvimento desse relacionamento em ação e quem sabe até relembrar de certas coisas da nossa infância.
A animação em tons de sépia e a trilha sonora quase minimalista, traz de imediato um tom melancólico palpável para o jogador. Você não precisa de contexto algum para saber que está diante de uma história que vai te trazer lágrimas aos olhos (quase chorei nos primeiros cinco minutos de jogo).
*O game tem previsão para ser lançado oficialmente apenas em 2019, e apenas para PC no começo, segundo o produtor Gabriel Carioca.
O time fera!
O produtor – Gabriel Carioca
A diretora de arte – Cynthia Liz
A animadora – Patrícia Miyazima
O programador – Caio Piologo
O programador de VFX – Augusto Garcia
Parabéns a todos os envolvidos na produção desse game que tem um potencial maravilhoso. Não dá para dizer quanto orgulho dá na gente de ver que um projeto tão bonito tem origem nacional <3.
