Uma vida de enclausuramento em Silo

Sinopse: O que você faria se o mundo lá fora fosse fatal, se o ar que respira pudesse matá-lo? E se vivesse confinado em um lugar em que cada nascimento precisa ser precedido por uma morte, e uma escolha errada pode significar o fim de toda a humanidade? Essa é a história de Juliette. Esse é o mundo do Silo.

 

No atual cenário literário, livros distópicos são em sua maioria, escritos para um público alvo que é considerado o responsável por girar a economia quando o assunto é entretenimento: os adolescentes. Para constatar tal afirmação não é preciso procurar muito, apenas observar os títulos que são levados ao cinema em busca do sucesso hollywoodiano, como Jogos Vorazes, Divergente e Maze Runner; e livros que são sucesso de venda ao redor do mundo, como Estilhaça-me e A Seleção. Enfim, exemplos não faltam.

Deixo claro que não estou utilizando tais obras com o objetivo de denegri-las, pelo contrário, admiro por exemplo, a profundidade política e social que Suzanne Collins (Trilogia jogos Vorazes) apresenta em seus livros. Uso-as apenas como maneira de exemplificar o fato apresentado no paragrafo acima.

Portanto sentia falta de uma obra que mexesse comigo, que deixasse minha mente perturbada por alguns bons dias após o término da leitura de um livro, como 1984 (George Orwell) e Fahrenheit 451 (Ray Bradbury). Não posso afirmar que Silo, obra de Hugh Howey, possui esse poder, mas com certeza mostrou-se um livro excepcional e com capacidade para tornar-se um clássico em pouco anos.

silo

A trama inicia-se de forma lenta, mas que vai montando corretamente o cenário necessário para as futuras reviravoltas da trama, mostrando que, no mundo representado nas páginas de Silo, a superfície tornou-se inabitável, apresentando um cenário devastado, repleto de ruínas, e inabitável, devido o alto nível de toxinas presentes no ar. Portanto, para sobreviver, a humanidade vive em um Silo (reservatório fechado, de construção acima ou abaixo do solo, próprio para armazenamento de material granuloso, como cereais, cimento).

O Silo é dividido em setores primordiais, como as fazendas (locais onde alimentos são produzidos), suprimentos ( responsável pelo fornecimento de matéria prima) e a TI (responsável pela informática e funcionamento de maquinas de extrema importância para o andamento do Silo). Comandando tudo encontra-se a prefeita Jahns.

Com o banimento do antigo xerife, a prefeita desce até os mais baixos níveis do complexo atrás de Juliette, protagonista da obra, afim de oferece-la o cargo disponível. A partir daí, o livro, cria pequenos conflitos que resultam em fatos surpreendentes, propagando o clima de revolução entre os moradores, que passam a não suportarem mais as opressões a que são submetidos.

O livro é intenso, com finais de capítulos que obrigam o leitor a continuar sua leitura por mais alguns minutos, ou horas, dependendo do tempo disponível, e que escancara as difíceis e absurdas decisões que somos forçados a tomar quando a verdade é tão cruel que supera uma mentira perdurada por toda uma vida.

Hugh Howey mostra carinho com sua obra e, definitivamente, depositou cada segundo de seus dias de escrita refinando seu mundo distópico. Obra obrigatória para quem aprecia do gênero.

Nota-do-crítico-4

Nerd: Rafael Teodoro

Leitor sem restrições e jogador de final de semana, busco conhecimento, mas nem toda sabedoria me procura. Não me defino por rótulos, pois não entendo o que eles significam. Me considero, apenas, um apreciador da cultura geek.

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