Tudo e todas as coisas – Tem falhas, mas vale ser visto e lido

Não são apenas os filmes de super-heróis ou as grandes franquias que estão na moda em Hollywood: as adaptações de livros voltados ao público jovem também cresceram muito no mundo do cinema. O que não é ruim, aliás, se isso é um incentivo para que as pessoas comecem a ler mais cedo, devemos aplaudir de pé.
Nem estamos falando em grandes franquias, como Harry Potter, Jogos Vorazes ou Crepúsculo, mas sim, daqueles que têm como pano de fundo, uma história de amor jovem: tivemos duas adaptações de livros de John Green, o simpático A Culpa é das Estrelas e o estranho Cidades de Papel. E não devemos nos esquecer do sucesso de 2016, Como eu Era Antes de Você, baseado no livro de Jojo Moyes, que tanto o filme como o livro, são muito bons.
E agora, em 2017, vem um novo exemplar do gênero: um filme baseado em um sucesso da literatura, possui uma estrutura muito parecida com a de seus “primos” e que é promessa de sucesso: Tudo e Todas as Coisas, baseado no livro homônimo de Nicola Yoon, possui uma premissa interessantíssima e pode até ser uma alternativa para o explosivo verão americano.

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Quem vê o filme não encontra nenhum ator ou atriz conhecidos e claramente nota-se que foi uma produção barata: custou apenas 10 milhões e já faturou 28 só nos EUA. Agora o filme visa o sucesso internacional.
Tudo e Todas as Coisas conta a história de Maddy, que na infância adquiriu uma baixa resistência a vírus e bactérias e, por conta disso, não pode ter contato com o mundo exterior, pois sua vida correria um sério risco. Nisso, sua mãe projetou a casa de tal forma que ela não tenha contato de fora, até suas roupas são esterilizadas e mesmo seus objetos, como livros, recebem um tratamento especial de higiene.
No contexto do filme, Maddy está prestes a completar 18 anos e jamais saiu de casa.

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Na casa vizinha, se muda uma família nova e ela se apaixona por um dos integrantes da casa, Olly. Ela é correspondida, mas como manter um relacionamento sem contato físico?

Nota-se aqui no filme um claro esforço em colocar os pontos levantados no livro e nem tudo é bem desenvolvido. Ao contrário: há muita coisa que é simplesmente jogada e isso é culpa não apenas do roteiro, mas da edição e da direção, que é bem amadora, não apenas por ser um filme pequeno, isso aliás, seria uma qualidade nas mãos de um bom diretor (alguém se lembra de Tarantino em Cães de Aluguel?) mas ficou a impressão de que os envolvidos não sabiam o que fazer com o material que tinha nas mãos e, simplesmente, respeitou o livro para não criar atrito com os fãs.
Mas o filme não é um desastre total, pelo contrário, há vários elementos aqui que o torna simpático e agradável ao seu público. É um legítimo Feel Good Movie.

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Amandla Stenberg até se esforça como Maddy e faz uma personagem simpática e não vai ser difícil encontrar quem veja o filme e se apaixone pela moça.
O mesmo pode-se dizer de Nick Robinson como Olly, embora ele fique na zona de conforto de seu personagem.

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Há cenas boas aqui, sobretudo no segundo ato do filme, onde a protagonista fica na ânsia e vontade de descobrir o mundo lá fora. O público torce pela moça todo o tempo, o que torna a personagem de sua mãe um problema, pois ao passo que entendemos seu lado protetor, nós queremos ver a liberdade da Maddy.

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Outro ponto positivo é sua trilha sonora, cheia de canções pop do momento, mas que combinaram com o clima daqui e suas músicas já devem estar nos serviços de streaming e não é de se estranhar se essas canções entrarem nas paradas de sucesso.
O terceiro ato, há um grande plot twist e que muda todo o rumo da trama. Tomara que ninguém tome ou dê spoilers.
Mas apesar dessas falhas, Tudo e Todas as Coisas é um programa muito agradável para quem conhece ou não o material original. Aliás, quem não leu o livro e apreciou o filme, pode correr atrás e se aprofundar na história. E se hoje temos estudiosos dizendo que somos um país que não lê e temos a chance de apreciar uma boa leitura, não há nada de errado nisso.
Vida longa às adaptações dos livros para o cinema.

Nota: 6,0

 

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Nerd: Raphael Brito

Não importa se o filme, série, game, livro e hq são clássicos ou lançamentos, o que importa é apreciá-los. Todas as formas de cultura são válidas e um eterno apaixonado pela cultura pop.

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