The Witcher 3: elevando o “role play” dos RPGs eletrônicos

Esse texto transmite uma opinião. Se você não gosta de textos assim, pode ir ler outra coisa que não vou ficar triste. Triste só quando acabar o The Witcher 3. : D

Se tem uma coisa que eu amo e já fiz muito nessa vida foi jogar RPG. Sou RPGista há 15 anos e já interpretei personagens de todos os jeitos. Uma das coisas que mais gosto quando estou numa mesa é criar personagens com passado, histórias e profundidade. Com isso, veio a preferência pelo mesmo gênero em jogos eletrônicos. Joguei praticamente todas as edições dos principais RPGs e JRPGs lançados desde que me conheço por gente. Não falo isso para enaltecer o que quer que seja, mas sim para reforçar que eu realmente sou MUITO fã do gênero e troco quase qualquer coisa por um bom e velho RPG.

No entanto, eu nunca tinha jogado The Witcher, foi apenas com o lançamento de The Witcher 3: Wild Hunt é que eu vim me aventurar no mundo de Geralt de Rivia. Depois de ~apenas~ 41 horas jogadas, posso dizer que esse é o jogo com a maior preocupação em contar histórias profundas e detalhadas que eu já joguei.

Não digo isso pela trama principal, pois existem vários outros jogos também com enredos e histórias magníficas. No entanto The Witcher consegue ter side quests que fazem o jogador se interessar de fato pelos problemas pequenos e mundanos apresentados. O jogo nos dá uma sensação de realidade, mostrando todas as coisas feias, nuas e brutas, do jeito que são: mutilações, estupros, violência doméstica, abortos, questões morais e que mexem de fato com o espectador, fazendo você sentir empatia, raiva, pena e até inveja de todas aquelas vidas coadjuvantes, contadas numa tela de LCD. Até aí, nada de novo pois outros jogos já trouxeram esses elementos antes, mas não com a frequência, intensidade e realismo que The Witcher tem.

 

The Witcher 3 Drag Character

Eles até fizeram um homem hetero que gosta de se vestir de mulher!

 

Como falei, eu ainda não joguei quase nada efetivamente, mas até agora o jogo tem sido 50% roleplay e histórias sendo contadas e 50% combates, card games, colhendo itens e fazendo poções. E essa, pra mim é a divisão ideal entre as duas coisas.

Gosto de pensar, como muitos disseram na época que o TW3 saiu, que ele é um modelo a ser seguido para os jogos de nova geração, não apenas pelos pontos que enalteço aqui, mas pelo conjunto da obra em si. O Fallout 4 por exemplo tem mais diálogos que o Fallout 3 e Skyrim combinados, pois a história principal é muito grande. Esse é o tipo de tendência que eu espero ver: histórias longas, profundas, intrínsecas, onde cada decisão sua, por menor que pareça, afeta e muda absolutamente o jogo inteiro. RPG significa jogo de interpretação de personagens. Se eu não puder interpretar e fazer com que as minhas escolhas moldem o futuro, qual é a graça? Que os game designers continuem fazendo o coração dessa nerd mais feliz e façam jogos novos como The Witcher 3 sempre.

Nerd: Nega

Chief Home Officer, mãe de dois gatos, amante de música ruim, gourmand, ranger nata mas que tem -4 de destreza, excelente roleplayer, dona de 7 videogames e totalmente despreparada para o apocalipse zumbi por conta deles.

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