The Handmaid’s Tale: segunda temporada já tem data de estreia

Cada vez mais percebemos que as distopias não mais são exclusividade das telonas. De uns tempos para cá, essas histórias ganharam seu lugar em séries nas mais diversas plataformas.
Hoje eu gostaria muito de falar da última série que assisti (eu sei que estou atrasada), e que recentemente foi premiada com o Globo de Ouro de melhor série dramática: The Handmaid’s Tale, baseada no livro homônimo de Margaret Atwood, de 1985.
A série, transmitida pelo serviço de streaming HULU, conta com um elenco afinadíssimo, com destaque para as mulheres que o compõe, como Elizabeth Moss (de Mad Men), Samira Wiley (de OITNB) e Alexis Bledel (de Gilmore Girls).
A primeira temporada já está disponível, e recentemente a Hulu confirmou a estreia da segunda temporada para o dia 25 de abril, que também será transmitida pela televisão, no canal Paramount.
Confira abaixo o trailer da 2° temporada. Por ele podemos perceber que a história ficará ainda mais tensa e sombria:

Se você ainda não assistiu a série, vou contar um pouco sobre a trama e minhas impressões:

No cenário de The Handmaid’s Tale, o mundo sofre com a brutal queda na taxa de natalidade, ocasionada principalmente pela poluição ambiental e por doenças sexualmente transmissíveis. Nesse contexto, se inicia uma guerra civil nos EUA, onde um grupo cristão ultra conservador e fundamentalista, consegue tomar o poder no país e instaurar não apenas um novo regime, mas literalmente tentam recriar os EUA com base em suas próprias crenças.

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O que antes chamávamos de Estados Unidos, agora passa a ser a República de Gilead. Nessa nova república (se podemos chamar assim), o objetivo do governo passa a ser restaurar a ordem moral e repovoar o país (na visão do novo governo, a queda na taxa de natalidade seria resultado da punição de Deus pelo comportamento imoral e pela libertinagem na qual a sociedade estaria afundada).
Assim, nesse novo cenário, as mulheres possuem um papel muito claro e limitado – gerar filhos. Como são poucas as mulheres ainda férteis, essas são transformadas em Handmaids (ou Aias), e cada uma é alocada na casa de uma família da elite do governo, com o único objetivo de engravidar de seu comandante (detalhe para a forma como isso deve ocorrer, que é ainda mais perturbadora. Mas não darei spoilers, então assista e descubra).

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O terror e a manipulação psicológica são as principais armas utilizadas pelo governo para controlar a população e principalmente as Handmaids, que uma vez alocadas em uma casa, não apenas perdem toda a sua liberdade, como também sua própria consciência de indivíduo –  as mulheres não mais podem utilizar seus próprios nomes. A elas são dados novas identidades, compostos sempre por Of + nome do comandante ao qual elas servem (por exemplo, June, a protagonista, está alocada na casa do comandante Fred. Seu nome é, portanto, Offred – “De Fred”).

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Como se não bastasse esse fardo, as mulheres ainda sofrem com castigos físicos e imposições de comportamento completamente non sense (sempre norteado pela noção distorcida do governo religioso).
Vale ressaltar que mesmo as esposas dos comandantes, privilegiadas por serem da elite política e não terem sido rebaixadas a meras incubadoras, também não estão livres – a falta de liberdades individuais em Gilead é geral e afeta todas as camadas da sociedade.

Offred

Ao longo da temporada o espectador é apresentado a esse novo universo e convidado a refletir sobre temas ainda muito atuais, como liberdade individual, feminismo e fanatismo religioso (lembrando que o livro que deu origem à série foi escrito há mais de 30 anos). A história da série é extremamente bem construída, e as atuações impecáveis conseguem nos transportar para esse ambiente sufocante e angustiante.

Sinceramente, eu não costumo gostar de séries como The Handmaid’s Tale, mas não tenho como negar que essa foi uma das melhores séries que assisti. Todo o trabalho parece ter sido impecável, roteiro, direção, elenco e fotografia (os cenários, figurino, todo o conjunto da obra é fantástico).
É uma série que prende o espectador e digna de maratona, com o roteiro bem amarrado e que sempre te deixa com aquele sentimento de quero mais.

 

Nerd: Bruna Petrocelli

Formada em Relações Internacionais pois um dia pensou em ser diplomata, percebeu que não curtia protocolos e burocracias. Consultora de marketing e apaixonada por nerdices em geral, diz que topa trabalhar na ONU no dia em que for aceitável participar das reuniões usando tênis e camiseta do Star Wars.

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