Talvez Um Dia | Resenha

E se você descobrisse que seu namorado, de dois longos anos, está te traindo com sua melhor amiga, surtasse, e pouco tempo depois se visse completamente apaixonada por uma rapaz comprometido? Parece irônico, não? Até levemente hipócrita? Mas te garanto que, na verdade, não é nada disso. Conheça Talvez Um Dia, o livro que conta a história de Sydney e Ridge, e de como ninguém consegue controlar o próprio coração.

O new adult, publicado aqui pelo Grupo Editorial Record, sob o selo Galera Record e escrito pela autora Colleen Hoover, é mais um exemplo daquilo que já sabíamos, Collen é mestre em transformar romance, drama e assuntos delicados em obras de arte.

Sei que muitas pessoas, até mesmo as que os leem, estão sempre dizendo o quão carregados de clichês os romances são, e como muitas dessas, não poderia discordar. Há alguns anos nem gostava muito dos mesmos, achava que eram sempre a mesma coisa e que passavam uma ideia distorcida do amor, como se ele fosse algo certo para todo mundo, quando não é bem assim. Mas isso foi só há alguns anos mesmo, antes de Colleen Hoover conseguir invadir meu coração e me tornar uma fã dos seus clichês, do seu modo de contar facilmente uma história, fazer as pessoas sentirem sua sutileza, a beleza de suas palavras e de seus personagens. Tem algo em sua escrita, não consigo dizer o que é, mas seus romances são sempre leituras incríveis para mim, estão sempre expandindo minha visão de algo ou me fazendo refletir, ver mais do que aquilo que está nas páginas, e com esse não foi diferente.

Sydney acabou de completar 22 anos e já fez algo inédito em sua vida: socou a cara da ex- melhor amiga. Até hoje, ela não podia reclamar da vida. Um namorado atencioso, uma melhor amiga com quem dividia o apartamento… Tudo bem, até Sydney descobrir que as duas pessoas em quem mais confiava se pegavam quando ela não estava por perto. Até que foi um soco merecido. Sydney encontra abrigo na casa de Ridge. Um músico cujo talento ela vinha admirando há um tempo. Juntos, os dois descobrem um entrosamento fora do comum para compor e uma atração que só cresce com o tempo. O problema é que Ridge tem uma namorada, e a última coisa que Sydney precisa agora é se transformar numa traidora.

Talvez-um-dia-featuredO livro conta a história de Sydney, uma garota que recentemente se mudou para um novo apartamento, em uma nova cidade, para fazer a graduação que sempre quis e morar com sua melhor amiga, mas tem a infelicidade de descobrir que essa está tendo um caso com seu namorado, o que faz com que ela fique sem ter onde morar e seja acolhida por Ridge, o vizinho músico que tem observado há semanas, de sua varanda, e por quem nutre uma forte atração.

E é a partir de sua mudança, seu envolvimento musical com Ridge, a percepção de que ele anula todo o mal estar causado por Hunter, o ex namorado que a traiu, e da, recém descoberta, sintonia perfeita, que as coisas começam a se desenrolar, pelo menos até Sydney descobrir que Ridge possui uma namorada e ambos passarem a tentar controlar aquilo que sentem um pelo outro.

Confesso que nunca fui muito fã de triângulos amorosos, porque sempre tinha uma preferência muito forte por um dos personagens e isso acabava por me dar uma úlcera, mas para minha alegria (não queria odiar um livro da Colleen), esse não foi nada como eu imaginava. Vocês devem estar se perguntando nesse momento, como assim foi diferente, não existe um triângulo? Sim, existe. Existe uma questão ética aí, um erro? Também, mas não consegui julgar nenhuma das atitudes do casal, não parecia algo errado, e como não conseguia não gostar da Maggie, a namorada do Ridge e quem ficou entre tudo isso, não foi algo desagradável para mim. Eu senti por ela, no entanto, senti por Sydney e Ridge também, eles não eram como Tori, a melhor amiga de Sydney, e Hunter. Não era a intenção deles causar nenhum tipo de sofrimento. Vou explicar para vocês.

O ponto do romance, por mais que envolva questões delicadas, como a traição (para mim, essa não seria a palavra certa para descrever, parece algo um pouco vulgar para o que realmente acontece, mas ok), é mostrar que uma pessoa pode amar alguém, estar com ela por anos e ainda se apaixonar por um segunda pessoa. É mostrar que não controlamos nossos sentimentos e como o amor acontece, e que, muitas vezes, ele mais machuca do que qualquer outra coisa. É sobre escolhas, sejam elas “certas” ou “erradas”, sobre repensar um relacionamento e descobrir se estamos com uma pessoa pela razão certa, mesmo que ainda a ame, e se isso basta. É sobre desejar alguém, mesmo quando não deve, mas não porque você deseja ter mais do que pode carregar, mas porque você ama a ambas, por motivos e de maneiras diferentes e não está pronto para abrir mão de nenhuma delas, pelo menos ainda não.

Então, se você quer ler essa história já te aviso, não julgue os personagens, até porque eles lutam bravamente para fazer o que é certo, e mesmo quando não o fazem, eles arcam com as consequências, eles percebem os próprios defeitos. Não estou dizendo que é certo, mas que entendo, e que gostaria de agir do modo como todos fizeram se passasse por algo semelhante. Na minha opinião, a frase abaixo resume bem a situação de Sydney e Ridge:

Não tenho dúvidas de que seríamos perfeitos um para o outro outro, Sydney. Mas nossas vidas não são perfeitas para nós.

Além dos personagens já citados, dos quais não falarei nada, porque o fato de lutarem contra o desejo que sentem já diz muito sobre o tipo de pessoa que são, e também porque posso ser um pouco suspeita para fazer isso, já que me encantaram, existem mais alguns que merecem um espacinho aqui, como Warren, melhor amigo e colega de apartamento do Ridge. Sério, ele é aquele amigo extremamente engraçado, mas que pode ser um pé no saco quando não estamos no clima, além de um babaca quando quer, o que me fez ter vontade de socar a cara dele em determinados momentos (Sydney fez isso por mim), mas no geral é uma boa pessoa, do tipo que todos nós gostaríamos de conhecer. Ao contrário de Bridgette, a terceira moradora do apartamento e que é descrita como bastante antipática. Acho que ela tem seus momentos hahaha.

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Em um geral, o livro flui de uma forma gostosa, quem já leu algum dos demais livros da Colleen sabe do que estou falando, e a narração dos capítulos revezada entre os personagens ajuda, porque conseguimos conhecer mais profundamente ambos os lados. A conhecida sutileza e beleza por entre as páginas (outra característica da escrita da autora), também está lá, dessa vez através da limitação física que o Ridge possui, e seu modo de interagir com a música e o mundo, lidando como pode com a mesma. Foi algo bonito de se presenciar, principalmente quando ele estava trabalhando em algumas canções com a Sydney, ou lhe contando alguns segredos de infância. (Escorreu uma lágrima aqui).

E pela primeira vez li um livro para o qual existem canções originais. ISSO MESMO, a autora, juntamente com o cantor Griffin Peterson, escreveu canções que representassem aquelas compostas pelos personagens e a história. Achei a experiência bem diferente, mesmo não sendo meu estilo de música preferido (Lembrando que o fato de não ser meu estilo preferido não torna as músicas ruins. Elas são muito boas e até as acrescentei na minha playlist do spotify), e assim não precisei criar minha própria trilha sonora, ela já estava ali prontinha para mim.

Então é isso, pessoal, se desejar ler um romance que vai te fazer amar clichês, refletir sobre a vida e como ela acontece, e mais uma vez constatar que somos meros humanos vítimas do acaso, Talvez um dia é para você, assim como todos os livros da autora. Eles vão te proporcionar um tempo maravilhoso e te fazer se apaixonar por personagens incríveis (principalmente os masculinos, Hoover é ótima em criá-los. Quem conhece Miles Archer e Dean Holder sabem do que estou falando!). E para quem já leu esse ou qualquer outro livro da Colleen, me conte nos comentários o que achou, vou adorar saber sua opinião!

PS: Não julguem o Ridge por sua indecisão, se eu fosse ele também não saberia o que fazer, e não acho que essa foi a maneira dele de fazer com que Maggie ou Sydney escolhessem por ele, foi mais uma questão de lealdade, cinco anos de relacionamento e amor vs amor, sinceridade absoluta, sintonia e paixão. Ele é uma pessoa incrível, torcemos apenas para que existam algumas parecidas por aí.

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Nerd: Ana Giese

A louca com compulsão obsessiva em comprar livros e estudante de jornalismo! Que ama Harry Potter, se apaixona constantemente por personagens fictícios e passa 14 horas assistindo Netflix. Pelo menos sabe precisar de uma visitinha ou duas ao psicólogo!!

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