Sociedade acima de tudo: Admirável Mundo Novo | Crítica

Sinopse: A Terra agora se divide em dez grandes regiões administrativas. A população de 2 bilhões de seres humanos é formada por castas com traços distintivos manipulados pela engenharia genética: nos laboratórios são definidos os poucos dotados, destinados aos rigores do trabalho braçal, e também os que crescem para comandar. Não há espaço para a supresa, para o imprevisto. 

Encontrar excelentes distopias em meio aos livros lançados nos últimos 20 anos é uma tarefa quase que impossível. Claro que tal afirmação causa uma certa polêmica, afinal sagas como Divergente possuem uma grande fanbase que, levadas pelo grande carinho para com tais obras, não conseguem compreender o histórico papel que grandes escritores tiveram nos rumos de nossa sociedade. Entre os casos considerados unanimes em excelência encontra-se Admirável Mundo Novo, escrito pelo inglês Aldous Huxley em 1931, e que consegue sintetizar uma distopia através de uma utopia.

 

Aldous Huxley smoking, circa 1946

 

No mundo imaginado por Huxley, o desejo de salvar a humanidade da extinção devido às guerras travadas durante nossa história, entra em vigor um governo mundial que resolve controlar as principais áreas da sociedade a fim de aperfeiçoá-la.imagem.aspx

No novo mundo não existem pais e mães e o amor é proibido, mas o sexo, estimulado. Todos os seres humanos são desenvolvidos e pré-condicionados em laboratórios, sendo estes selecionados desde sua “criação” a papéis que desempenharão durante toda a vida, eliminando a individualidade. Portanto as castas não estão apenas presentes, mas são essenciais para a sobrevivência da sociedade que, através de condicionamentos psicológicos aplicados durante toda a infância e o uso de uma  droga sintética com nome de Soma, toma para si o lugar de Deus na hierarquia mundial, através da imagem de Henry Ford, fundador da empresa automobilística.

Entre personagens que descrevem o mundo através de suas atividades cotidianas, nos deparamos com Bernard Marx, personagem ressentido com  o mundo onde vive graças a sua diferença física (provavelmente causada por algum erro em sua fabricação) em relação aos outros machos de sua casta.

O personagem enxerga a possibilidade de crescimento social e admiração, por parte daqueles que o desprezam, durante uma visita à reserva histórica, onde tribos não adaptadas ao modelo social moderno são deixadas para construírem suas próprias civilizações primitivas. Lá, Bernard conhece Linda, mulher oriunda da civilização, e seu filho John, este nascido dentro da reserva.

Com a perspectiva de apresentar o jovem rapaz como modelo primitivo a ser estudado e inserido na sociedade, Bernard inicia eventos que mostrarão ao leitor como fatores previstos pelo escritor em 1931 estão presentes em nossa atualidade.

Através de seu romance, Aldous Huxley realizou um estudo social sobre os rumos que uma sociedade voltada apenas para a ciência poderia tomar e busca demonstrar a importância dos direitos individuais para cada um de nós. Seu trabalho ainda é objeto de estudo ao redor do mundo e, definitivamente, traça um paralelo na mente daqueles que buscam sua obra.

Nota-do-crítico-4

 

 

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Nerd: Rafael Teodoro

Leitor sem restrições e jogador de final de semana, busco conhecimento, mas nem toda sabedoria me procura. Não me defino por rótulos, pois não entendo o que eles significam. Me considero, apenas, um apreciador da cultura geek.

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