Pankapu: Um Mundo de Sonhos

Pankapu 04Tive o prazer de poder jogar Pankapu através da Steam e Nuuvem. O jogo foi desenvolvido por Too Kind Studio e publicado pela Playdius, Plug In Digital.

Este é um jogo de aventura neo-retrô de plataforma, estilo clássico dos anos 90 e com narrativa contendo bastante ação. Resgatando o modo predominante dos jogos da década de 90, é um gmae em 2D onde a personagem precisa percorrer o cenário de plataforma seguindo em frente ou para cima ou para baixo, tendo sempre inúmeros obstáculos e inimigos em seu caminho.

Pankapu 06A história começa com o garoto Djaha’rell acordando de um pesadelo pelo qual ele é atormentado regularmente, onde se vê sendo cercado por seres que queriam lhe fazer mal. Assustado, ele é imediatamente socorrido pelo seu  pai e este lhe narra uma história que haviam lhe contado e que o acalmava: A história de Pankapu, o Guardião dos Sonhos. Sobre Omnia – o mundo dos sonhos, onde seus habitantes viviam em paz, sossego e harmonia. Mas uma horda de criaturas malignas (os Hya’ma) invadiu o lugar e começou a corromper o mundo. E para impedir essas criaturas, Iketomi (o deus dos sonhos) cria Pankapu para enfrentar tal horda e proteger Omnia. Assim, o jogo é como um livro sendo contado para uma criança e esta imaginando como tudo seria.

Pankapu 05Neste ponto, o jogador é convidado a viver as aventuras de Pankapu, um pequeno guerreiro de armadura através dos  olhos de Djaha’rell. O jogo é uma projeção da mente do garoto, e se passa dentro deste mundo imaginário.  Desta forma, o modo como o garoto imagina os lugares e os seres presentes neste conto, são influenciados pelo seu passado conturbado. É interessante este paralelo e para os mais reflexivos, pode-se perceber as relações e descobrir o trágico passado da personagem principal. Isto achei bem legal!

Analisando o jogo, agora em relação ao visual, jogabilidade e mecânica, primeiramente devo dizer que capricharam no visual e ficou bem bonito. Gostei do traço – este aspecto foi bem trabalhado tanto no conceito quanto na execução, pois as animações foram de meu agrado também. Neste quesito, o jogo está de parabéns. Em alguns momentos pode até parecer que, como um conjunto, a tela fica meio vazia, mas não achei isso ruim nem um problema. Às vezes é bom não ter muito estímulo visual.

Pankapu 02Agora, sobre mecânicas do jogo, ficou legal pois há uma gama grande de habilidades, movimentações, ataques e interações entre eles. Inicialmente há apenas uma das formas (só ataques básicos), mas logo ele vai adquirindo novas habilidade e depois habilita as outras formas que ele pode assumir (os Aegis) e há também toda uma linha de aprimoramentos para cada Aegis (Nebulas), melhorando ataques ou liberando outro novos. Então há uma progressão no jogo com elementos de RPG, como evolução de personagem e customização de habilidades, equipamentos e armas. E você pode trocar de Aegis no meio das fases, pois tem partes que você precisa utilizar mais de uma das formas para conseguir chegar ao final do mapa, então é dinâmico e é preciso agir rápido e mudar sua forma para sobreviver!

Pankapu 03Sobre a jogabilidade, houve elementos que gostei e outras que não achei muito legais, pois várias coisas ficaram sem uma introdução apropriada e acabei ficando perdido no que eram ou como as consegui, só apareceram sem eu notar. Não há vidas no jogo, apenas save points no decorrer das fases (pontos que salvam seu progresso), fazendo com que, sempre que morra na fase, volte no último save point alcançado. Isso pode fazer com que as pessoas não deem muita importância em ficar vivo e se arriscar à toa, pois poderá voltar quantas vezes quiser para terminar. Acho que deveria ter alguma limitação nesse ponto.

Conforme vai progredindo na história e nas fases, a dificuldade aumenta rápido até e isso pode frustrar muita gente que não se acostumou com o jogo. Mas o mais frustrante é de fato não entender e não conseguir saber o que são algumas coisas e muito menos como as conseguiu. Você olha nas fases feitas: “Nossa, consegui isso aqui, mas não sei o que é nem como consegui…” Eu mesmo demorei um pouco para me acostumar com os controles pelo teclado, onde o melhor seria de fato um controle de videogame para esse jogo.

O jogo possui e gira em torno da re-exploração das fases. Mas por que isso? Simples, pois na maioria delas há caminhos ou áreas que só poderão ser acessadas ou ultrapassadas com meios que se adquire no decorrer do jogo. Assim, para coletar todos os itens e objetos, é necessário refazer quase todas as fases. Esse modo não é bem uma novidade, mas torna o jogo mais interessante.

O jogo está disponível pela Steam e pela Nuuvem (https://goo.gl/58gBTz), então dê um conferida e boa jogatina para todos!

Nerd Review - Nota Final

Nerd: Guilherme Vares

Formado em Ciências da Computação e Pós em Jogos Digitais, aspirante à Game Designer, tendo Rpg e boardgames injetados diretamente na veia, adepto de jogos em geral e voraz consumidor de livros, séries e filmes.

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