OZARK: Lavagem de Dinheiro, Relações Familiares e o Que Te Faz um Criminoso?

O ano de 2017 tem se mostrado cheio de grandes e boas surpresas para as séries de televisão. E uma dessas agradáveis surpresas é Ozark. A nova produção original da Netflix chegou ao catálogo contando com uma temporada composta por dez episódios de duração média de 50 minutos. Primeiramente, uma dica: se você não viu trailer da série, não veja. Vale muito a pena chegar sem saber muito à respeito da trama. Vale também lembrar que essa review é livre de spoilers.

Um consultor financeiro se muda com a família para as montanhas do Missouri com o objetivo de lavar quinhentos milhões de dólares e acalmar um violento traficante. (Sinopse oficial da Netflix)

A série foi pensada e criada por Bill Dubuque (roteirista em O Contador) em parceria com Mark Williams (produtor em O Contador) e conta a história de Marty, um consultor financeiro de Chicago, mas que também tem como trabalho lavar dinheiro para o segundo maior cartel de drogas do México. Após graves problemas, a família se vê obrigada a se mudar para a região dos Lagos Ozark no Missouri.

Ozarc1

Ozark conta com muitos pontos positivos e intriga o espectador no primeiro episódio. A série de informações apresentadas em tela, são introduzidas de maneira muito particular em uma narrativa que situa a audiência pouco a pouco com o decorrer do episódio. Essa característica é muito presente e traz à Ozark elementos que a tornam uma série misteriosa e não óbvia.

Talvez o maior ponto alto seja seu texto. A série possui uma sutileza e ao mesmo tempo uma inteligência textual que é bem marcada por diálogos bem escritos e orgânicos. Em algumas cenas, até mesmo a narração em off do personagem carrega tanta informação e um texto tão bem fundamentado que traz embasamento para todos os acontecimentos e motivações dos personagens que compõem o universo da produção.

Ozarc2

O elenco é muito bom. A atuação funciona e consegue trazer ao espectador toda a bagagem que cada personagem carrega, emoções e características pessoais. Jason Bateman (Marty Byrde), conhecido por filmes de comédia, entrega uma atuação dramática verossímil e real. Laura Linney (Wendy Byrde) e  Julia Garner (Ruth Langmore) se destacam e encarnam as personagens com profundidade. Os personagens da série muito bem construídos, com motivações e características morais consistentes. É interessante e satisfatório ver que Ozark trata seus personagens como pessoas e os coloca como uma representação direta a figura da pessoa humana que não é boa ou ruim necessariamente, que faz as coisas com motivos que moralmente não são justificáveis, mas que para o personagem fazem total sentido por estarem de acordo com seus interesses. Marty é uma pessoa ruim porque lava dinheiro? Mas ele sustenta sua família com esse dinheiro. Esse tipo de questionamento tem espaço na série e leva a audiência à reflexão.

Ozarc4

A série conta com um roteiro bem escrito, como exposto acima, com diálogos ricos e que promovem uma dinâmica natural entre os personagens. A fotografia da série é muito bonita e explora enquadramentos diferentes do usual que são muito harmônicos com o tom narrativo da série. A estética das imagens, com luzes mais frias criam o clima e torna propício a criação de situações e conflitos, além de oferecer um visual admirável. O design de som de Ozark contribui para a criação de clima ou conflito com momentos de bastante tensão. É difícil apontar problemas, talvez porque a série não possua muitos.

Ozark3

Sendo uma das melhores séries que vi no ano, minha recomendação é: corra para a Netflix quando você puder e assista Ozark. Uma série que possui uma temática relevante e interessante, bem escrita e que te leva a pensar sobre como são as pessoas e o que as tornam boas ou más.

Nota-do-crítico-5
 

Entre para o nosso grupo no Telegram
Participe de sorteios EXCLUSIVOS colocando seu e-mail abaixo:

Nerd: Gabryel Oliveira

Share This Post On