Orange, o novo mangá shoujo da JBC (e o papo do papel!)

Na primavera do segundo ano do colégio, chega uma carta vinda de dez anos no futuro. Nela, estava contido o desejo da Naho de 26 anos para a Naho de 16 anos, dizendo para ela “não passar pelos mesmos arrependimentos que eu passei”. E a Naho adolescente vai descobrir que o “arrependimento” é em relação ao Kakeru Naruse, o aluno novo que é transferido de Tóquio e o motivo da Naho adulta ter escrito a carta!

Desde quando a JBC anunciou no Anime Friends que traria Orange, obra de Takano Ichigo para o Brasil, fiquei na expectativa e não via a hora de ter o mangá em mãos. Eu não queria saber muito da história para evitar spoilers, por se tratar de uma obra já completa no Japão (terminou agora em agosto!) e com apenas cinco volumes, mas era um dos queridinhos do grupo Campanha Shoujos no Brasil no Facebook. E não é para menos.

A história não gira apenas em torno da batida vida escolar de uma garota tímida que gosta de um garoto mas que por x motivos do passado o casal têm inúmeras dificuldades para ficarem juntos. Bem, ok, essa é a premissa de Orange: por erros do passado, Naho não pode estar ao lado de Kakeru Naruse no futuro… Mas é aí que a parte legal entra: para corrigir os tais erros, a Naho do futuro manda uma carta para seu eu do passado, com instruções de como mudar o passado para que o futuro possa ser diferente.

Não se engane com os traços e cores lindos da autora, a aparência fofinha esconde uma história que te faz rir em uma página e quase chorar na outra. Alguns dos temas tratados pela história são fortes, o que deixa a história ainda mais tocante. No primeiro volume já podemos ver personagens bem definidos e interessantes que ajudam a deixar o enredo ainda mais instigante. A história é narrada intercalando o presente e o futuro, o que achei ótimo porque acaba de vez com parte do mistério e não roemos todas as unhas de uma vez para imaginar o porquê de aquilo estar acontecendo na vida de Naho e comprar as escolhas e consequências entre os dois momentos da vida dos personagens. Outro ponto bem interessante que torna a história bem dinâmica é que o foco não é somente no romance entre dois personagens, e sim na relação de amizade entre todas as pessoas do grupinho de amigos deles.

Orange realmente atendeu a todas as expectativas, e foi além! Gostei dele tanto quanto gosto de Aoharaido, e talvez até um pouco mais pelos assuntos tratados no mangá, com um toque josei que me agradou bastante. Empática que sou, me apeguei rápido demais aos personagens e me via fazendo caras e bocas enquanto lia e me surpreendia com a complexidade da trama! Cara, eu tô com medo desse final. Muito medo. Sabe aquele final feliz que você espera, mas não vê como ele vai ser totalmente feliz? Pois é. Orange resgatou meu Nana feelings. Uma pena que são tão poucos volumes, já tá deixando saudades antes mesmo de começar direito!

Agora, a parte chatinha. Fiquei surpresa com o número de críticas negativas que vi por aí antes de eu comprá-lo. Os comentário desanimadores eram direcionadas ao papel utilizado pela editora nas páginas do mangá; diziam que elas eram transparentes, chegando a atrapalhar a leitura e o aproveitamento da história.

Galerinha… Vocês são exagerados. Reclamam quando as editoras não trazem shoujos, mas sabotam quando finalmente decidem lançar alguns títulos aqui. Compreendo o direito à critica e opinião, mas não alguns tipos de criticas que li. Algumas pessoas diziam que estavam desistindo de comprar o mangá por causa disso, que estavam profundamente decepcionadas com o trabalho da editora pelo preço cobrado pelo mangá, comparando com preços e títulos disponibilizados por outras editoras. Ok, chorou, parou. Não acredito que grande parte das pessoas que fazem tais criticas – principalmente as mais extremas – possuem o conhecimento necessário sobre a situação do mercado brasileiro de mangás ou de materiais para formar e divulgar suas opiniões, que infelizmente podem chegar a afetar o pré-julgamento de possíveis consumidores. Eu também não tenho o conhecimento necessário para falar sobre assunto, então vou deixar que quem saiba faça isso! Os caras do canal Henshin prepararam um vídeo muito bacana onde explicam toda a situação econômica que influencia na produção de um titulo:

Por favor, antes de criticar, tentem entender as circunstâncias das escolhas envolvidas. Cholem menos. Pelo que pude ver por comentários de pessoas que entendem mais sobre o assunto, a transparência de Orange está bem menor do que de outros títulos anteriores da JBC, então é apenas vontade de implicar com algo, ter o que falar. Falem coisas boas! Incentivem os lançamentos, mesmo em um momento tão delicado como a crise pela qual o país está passando. Já é difícil com apoio, imaginem sem?

O volume 02 do mangá estava no checklist de novembro da editora JBC, mas chegará às bancas apenas no começo de dezembro! 😉 a boa notícia? Já está prontinho, e lindo!

Orange #2 está prontinho! Novembro foi um mês tenso e alguns mangás ficaram pro começo de dezembro.

A distribuição de Orange é nacional e o mangá começa a chegar às bancas dia 9 de dezembro. Mas já estamos começando a enviar pras lojas especializadas e os assinantes. – (Henshin)

Nerd: Evelyn Trippo

I just have a lot of feelings, e urgência em expressá-los. Tradutora (formação e profissão), aspirante a escritora e estudante de projetos em games. Pára-raio de nerds, exploradora de prateleiras em sebos e uma orgulhosa crazy pet lady.

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