No mês passado, o nosso querido Dungeons & Dragons fez 40 aninhos! To meio atrasado mas eu não podia ficar sem falar deste que foi o primeiro RPG que joguei e tenho certeza o primeiro de muitos de vocês.
Mas para adentrar no mundo do RPG, antes fui apresentado ao Hero Quest (que o Guilherme mencionou há um tempo que ia rolar um projeto na Kick Starter, mas acabou afundando). Joguei por alguns meses com uns amigos e depois disso em uma das várias vezes que fui passar férias em Minas Gerais, um dos meu primos mencionou o tal Dungeons & Dragons. Como não tínhamos o jogo, improvisamos: desenhamos a masmorra de Zanzer Tem em uma tábua de madeira e criamos algumas regras baseadas no que ele lembrava do que havia jogado.
Aqui já se apresenta a magia do RPG: o uso livre de sua imaginação para criar um mundo de diversão!
Alguns meses depois tanto meu primo quanto eu adquirimos o jogo, aquele clássico com o dragão na capa e um guerreiro em sua frente.
Eu poderia contar a história do Dungeons & Dragons, mas isso já foi feito em muitos outros blogs e qualquer pesquisa bem feita no Google te dará as informações. O que eu quero falar mesmo é como esse jogo ajudou a moldar grande parte do que sou e do que gosto.
Eu sempre gostei de fantasia medieval, desde criança. E eu já gostava de D&D antes mesmo de jogar, através de nosso querido e saudoso desenho “Caverna do Dragão“, que no original é chamado de? Sim, Dungeons & Dragons!
Após começar a jogar D&D comecei a me interessar por tudo do mundo do jogo e decidi pesquisar tudo sobre o assunto. Uma coisa foi levando a outra e em pouco tempo comecei a me interessar por outros RPGs e jogos. Comecei com a série “Aventuras Fantásticas” de Steve Jackson, e passava noites refazendo minhas decisões.
Logo já estava jogando outros títulos de RPG:
- Vampiro – A Máscara, o qual eu dizia odiar antes de jogar (aquela revolta sem causa de garotos de 14 anos). Anos depois me tornei mestre e comprei vários suplementos;
- GURPS – desde o módulo básico passando por Fantasy, Supers, Illuminati e Magia;
- Lobisomem – O apocalipse;
- Mago – A Ascensão;
- Cyberpunk 2020;
- Arkanum / Trevas;
- 3D&T e tantos outros que alguns mal me lembro o nome pra ser sincero.
E como todo bom Nerd, para jogar tudo isso era preciso de inspiração! E onde buscar? Em livros e filmes! Foi assim que conheci J. R. R. Tolkien, C. S. Lewis, Philip Pullman, Stephen King e muitos outros. A lista de filmes então é quase impossível dizer, pois conheci muitos filmes por causa do RPG e revi muitos outros, tais como: A lenda, Labirinto, A História Sem Fim, Krull, Conan, Alien, Predador e por aí vai.
E assim fui crescendo e cada vez mais me interessando por literatura e cinema. Joguei RPG TODOS OS DIAS dos 13 aos 17 anos. E depois, até os meus 23 anos, todo sábado e/ou domingo era sagrado o nosso encontro. Alguns dos melhores momentos e das risadas mais gostosas da minha vida foram proporcionadas durante as criações de fichas de personagens, batalhas épicas (outras nem tanto) e bebedeiras de limonada da dona Ruth!
D&D não só me incentivou a melhorar minha cultura, raciocínio lógico e interpretação (pra vida) mas como ter algo em comum com pessoas que se tornaram meus melhores amigos e me acompanham até hoje. E com estas pessoas aprendi o valor da amizade, do companheirismo, da verdade e da cumplicidade, fosse fingindo sentir dor no jogo, fosse fingindo não sentir na vida.
Infelizmente nos últimos anos não tenho jogado nenhum RPG, mas ainda me lembro com muito carinho de cada momento vivido ou fingido, das páginas dos livros durante madrugadas adentro, das ideias que explodiam na cabeça ao ver um filme. Espero ainda voltar a ter tempo para esse hobby, que brincando me ensinou o que é importante na vida.
Então só posso dizer: Obrigado D&D!
