O Espadachim de Carvão – Crítica

Sinopse – “Kurgala é um mundo abandonado por Quatro Deuses. Adapak é filho de um deles, e hoje ele está sendo caçado. Perseguido por um misterioso grupo de assassinos, o jovem de pele cor de carvão se vê obrigado a deixar a ilha sagrada onde cresceu e desbravar um mundo hostil e repleto de criaturas exóticas. Munido de uma sabedoria ímpar, mas dotado de uma inocência rara, ele agora precisará colocar em prática todo o conhecimento que adquiriu em seu isolamento para descobrir quem são seus inimigos. Mesmo que isso possa comprometer alguns dos segredos mais antigos de Kurgala.”

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Prazerosa. A palavra escolhida para iniciar a crítica de “O Espadachim de Carvão” expõe, por completo, o que senti ao ler a obra de Affonso Solano. Com apenas 256 páginas o livro consegue estabelecer um universo totalmente novo e suas mitologias, apresentar e desenvolver seu protagonista e as diversas raças desconhecidas do público, construir e desvendar mistérios e surpresas e, acima de tudo, cativar o leitor e deixa-lo angustiado à espera do próximo volume. Além disso, Affonso surpreende com a sua capacidade de descrever, de forma simples e concisa, as batalhas enfrentadas presentes em seu “Solanoverso”.

Em sua obra, Solano apresenta Adapak, filho de um dos Quatro Deuses, conhecidos como Dingirï, que regiam o mundo de Kurgala, e o conduz a uma jornada de descobrimentos e formação de caráter, possíveis graças a uma fuga desesperada de seu antigo lar, o qual viveu recluso por quase toda sua vida.

Durante a trama, o autor explora a relação do protagonista com seu pai, Enki’ När, e as amizades com Telalec, Barutir Ob e a jovem T’arishi, que mais tarde se revela como interesse amoroso do jovem. Mas a verdadeira  magia de “O Espadachim de Carvão” está, justamente, na inocência de Adapak. Protagonista com a capacidade de mudar por completo a história de seu mundo, o jovem é imaturo e inocente, o que o leva a ser ludibriado e motivo de risos e espantos por diversos momentos do livro. Sua jornada o levará a compreender não apenas Kurgala, mas a si mesmo e o que sua existência representa.

Solano nos entrega um livro emocionante e dinâmico, que conta com a habilidade de prender o leitor desde a primeira página, quando resolve colocar seu protagonista, este cativante como poucos, em apuros. Com um universo consistente e um potencial imenso para expandi-lo fisicamente e temporalmente, Affonso definitivamente conquistará aqueles que se aventurarem pelo mundo de Kurgala.

 4

Nerd: Rafael Teodoro

Leitor sem restrições e jogador de final de semana, busco conhecimento, mas nem toda sabedoria me procura. Não me defino por rótulos, pois não entendo o que eles significam. Me considero, apenas, um apreciador da cultura geek.

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