O Bater de Suas Asas – Crítica

Sinopse: Desde que descobriu esta verdade, Cale é assombrado pelo homem que o transformou em anjo da morte: o redentor Bosco. Arrogante e inocente, generoso e impiedoso; o garoto é um paradoxo, temido e reverenciado por seus criadores. Sua força já foi usada para derrubar a civilização mais poderosa do mundo, mas agora está fraco. Sua alma está morrendo.

Ao finalizar a leitura de O Bater de Suas Asas, que encerra a trilogia A Mão Esquerda de Deus, fiquei com a péssima sensação de que, talvez, não tenha dado o devido valor à obra de Paul Hoffman. O terceiro livro é tão empolgante e surpreendente que me faz questionar o que realmente absorvi de seus antecessores. As críticas de ambas as obras podem ser conferidas aqui e aqui. Antes de tudo, vale mencionar que ao passar para o próximo parágrafo o leitor corre o sério risco de sofrer com o mau dos SPOILERS.

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O que realmente surpreende no livro é a desconstrução. Paul Hoffman destrói nossos ideais de herói e de vilão, do certo e do errado e, até mesmo, da maneira como achamos que um autor deve encerrar suas estórias.

 

A derradeira aventura de Thomas Cale começa com o garoto, agora com 15 ou 16 anos, prisioneiro não apenas em uma clínica para doentes mentais, mas também de suas condições físicas que, simplesmente, não são as mesmas. O Anjo da Morte não existe mais e tudo o que conhecemos de Thomas se tornou apenas lembranças de uma vida distante do rapaz.

 

Portanto, a esperança da humanidade na luta contra os redentores caem sobre os ombros de IdrisPuke, Vipond, Henri Embromador e Kleist, que iniciam uma enorme maquinação em torno da Leeds Espanhola para salvarem a esperança necessária para manterem as chances do mundo contra o desejo de Bosco.

 

Durante suas reviravoltas, Paul Hoffman nos entrega o real seu objetivo ao escrever a trilogia: a destruição psicológica que a vida trás para cada um de nós, como encaramos nossos problemas e como ela não nos guiará através  do que queremos, mas sim do jeito que ela decidir.

 

Um final digno e surpreendente aguarda aqueles que resolverem ler e compreender o real significado da trilogia. Não se trata da história de redentores contra Thomas Cale, e muito menos do bem contra o mau. Trata-se do que passamos durante a jornada de nossas existências. Se em algum momento tive duvida se valeria a pena a leitura das obras de Hoffman, agora me pergunto por que demorei tanto para completá-la.

Nota-do-crítico-4

Nerd: Rafael Teodoro

Leitor sem restrições e jogador de final de semana, busco conhecimento, mas nem toda sabedoria me procura. Não me defino por rótulos, pois não entendo o que eles significam. Me considero, apenas, um apreciador da cultura geek.

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