Nostalgia – Os 30 Anos de Os Intocáveis

Ambos são grandes filmes e são homônimos, mas Os Intocáveis, esse clássico dos anos 80, não tem nada a ver com o francês Intocáveis, de 2012.

Os Intocáveis, dirigido brilhantemente por Brian de Palma, se passa na Chicago dos anos 30, com a Lei Seca, que proibia o comércio de bebidas, o que não significa que ele não exista.

Intocáveis3Para conter a onda de violência, o crime organizado e o império de Al Capone, é chamado o policial incorruptível, Eliot Ness, vivido por Kevin Costner. Mas ele vê que, sozinho, não vai chegar a lugar algum então chama para ajudá-lo, Jim Malone, Agent Stone e Agent Wallace, papéis, respectivamente de Sean Connery, Andy Garcia e Charles Martin Smith.

Tecnicamente, Os Intocáveis é perfeito: a Chicago dos anos 30 é retratada com uma direção de arte impecável e tudo aqui remete à época, seja o figurino, costumes, os diálogos, as cores em tons de amarelados e alaranjados que lembram muito cerveja, a trilha excepcional do Ennio Morricone traz todo o espírito, ambientação e até o cinismo da época. Todo esse conjunto de fatores faz o espectador ser transportado para a época. É algo realmente brilhante.

Brian de Palma faz tudo certo: a sua direção é quase como uma orquestra onde ele é o maestro conduzindo seu elenco de forma absurda, ele extrai o melhor dos seus atores: Kevin Costner faz seu melhor papel como um policial incorruptível, mas que sabe que, para pegar Al Capone, deve ir além de sua ética. Andy Garcia e Charles Martin Smith estão excelentes também e Sean Connery é dono das melhores frases do filme: “Quer pegar Capone? Ele vem com uma faca, você vem com uma arma”. “Ele manda um homem seu para o hospital, mande um dele para o cemitério”.

Intocáveis5Robert de Niro é um espetáculo à parte como Al Capone, só mesmo um ator como De Niro para interpretar uma figura tão polêmica. Aqui é quase o que o Jamie Foxx fez em Ray como fidelidade com a vida real e  chega até a se confundir com a figura histórica. De Niro foi o melhor ator de sua geração e nessa época fez dois vilões que entraram para a história; esse e o assustador antagonista de Cabo do Medo.

Quando ele aparece um cena, o filme solta faíscas.

De Palma soube criar não só a ambientação, mas temos grandes cenas de ação que não perdem nada para os blockbusters atuais, e ainda com momentos para a história do cinema, como a famosa cena do carrinho de bebê: a cena começa com uma mãe carregando o carrinho, pede ajuda a Costner, ele sabe que algo está errado ali, mas tem consciência que tem que ajudar aquela senhora. Quando a coisa estoura a tensão começa não só porque ele sabe que pode morrer ali, mas seu coração altruísta quer ajudar aquela mãe que não sabe o que fazer no meio do tiroteio, ao passo que fica agoniada com seu bebê no meio daquele fogo cruzado. E o bebê em questão que não entende nada da situação começa até a rir e chorar ao mesmo tempo.
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Essa cena foi claramente inspirada no clássico Encouraçado Potemkin, de 1925. Foi uma homenagem muito honesta e não gratuita.

Sean Connery ganhou finalmente seu Oscar de Ator Coadjuvante por este filme, que ainda teve indicações para direção de arte, trilha sonora e figurino.

Os Intocáveis já é um clássico, até hoje inspira muita gente que faz filme de gângster. Los Angeles – Cidade Proibida bebeu muito da fonte de Os Intocáveis, tem na Netflix, é fácil de encontrar, merece ser visto, revisto e apreciado.

Nota: 5 Estrelas!

 

Nerd: Raphael Brito

Não importa se o filme, série, game, livro e hq são clássicos ou lançamentos, o que importa é apreciá-los. Todas as formas de cultura são válidas e um eterno apaixonado pela cultura pop.

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