Quem nunca pensou em ver seus brinquedos ganhando vida? A trilogia Toy Story mexeu com o nosso imaginário de forma brilhante e inesquecível.
O primeiro filme de Toy Story é de 1995, mas 3 anos depois, em 1998, surgiu um outro filme, que não fez tanto barulho, nem fez o sucesso esperado e é menos bacana do que a franquia da Disney/Pixar: Pequenos Guerreiros, que não foi tão bem de bilheteria, mas foi se tornando mais famoso com o home vídeo e as diversas reprises na Sessão da Tarde.
Pequenos Guerreiros é um dos primeiros filmes da Dreamworks, que na época estava começando, e no mesmo ano nos agraciou com as animações O Príncipe do Egito e FormiguinhaZ.
O filme conta a história de uma empresa especializada em armas tecnologicamente avançadas para as forças armadas americanas, mas decide investir no ramo de brinquedos, só que com um pé na realidade e não se importando se o produto será violento ou não.
O resultado são duas classes de brinquedos: o Comando Elite, que são bonecos que mais se aproximam de soldados americanos e os Gorgonóides, criaturas pensadas para as crianças associarem aos vilões.
Esses brinquedos vão parar em uma pequena loja de brinquedos de Stuart e seu filho, Alan, e começam a guerrear entre si.
É muito fácil para o espectador médio e casual falar mal de Pequenos Guerreiros. Pode parecer uma bobagem colocar brinquedos em guerra, e de fato não é um filme para ser levado a sério, mas é justamente o que o filme é: pautado num sonho infantil e claramente inspirado nos clássicos da Sessão da Tarde dos anos 80, como Os Goonies e Conta Comigo.
Aqui o jovem Alan é reprimido pelo seu pai, tem pouca grana, é quase o que os americanos chamam de losers e ainda é apaixonado por uma moça quase “inatingível” que já é comprometida, Christy, vivida por uma Kirsten Dunst em início de carreira e em sua fase pré-Homem Aranha.
Mas engana-se quem acha que Pequenos Guerreiros seja um filme mal feito ou categoria B, já que a produção está muito caprichada, não ficou datado e o roteiro consegue intercalar os momentos mais tensos e sérios até aqueles mais voltados para a comédia, onde não deve ser levado a sério. O resultado foi um filme agradável e que resgata este clima de matinê, que o cinema dos anos 80 nos presenteou com vários exemplares e que parece sumido hoje em dia.
Isso porque o diretor Joe Dante, diretor de Gremlins e Meus Vizinhos são um Terror estava mais contido aqui, ele até poderia ter extraído a veia do terror para compor seus personagens, mas foi pelo caminho mais familiar e não menos interessante.
Pequenos Guerreiros custou 40 milhões de dólares e faturou 71 no mundo inteiro. Também dividiu a crítica: no Rotten tem 48% de aprovação. Infelizmente hoje permanece subestimado, merecia melhor sorte nos cinemas e melhor avaliação pela crítica mundial, mas é a chance de ser descoberto por uma nova geração que clama por ideias originais. Fica a dica para os serviços de streaming.