Mentes Sombrias vem com proposta interessante, mas é previsível.

Mentes Sombrias é a adaptação do livro de mesmo nome da autora Alexandra Bracken e estreia nos cinemas dia 16 de agosto. Mas já fui conferir o filme em primeira mão e vou falar um pouquinho dele pra vocês.

Talvez pela primeira vez na vida, fui ver um Young Adult no cinema sem ter lido o livro primeiro, então o que vou falar aqui será baseado apenas na adaptação e sem comparação com a obra original de Alexandra Bracken. Dito isso vamos ao que interessa.

Em Mentes Sombrias, nos encontramos em um mundo distópico, a doença Neurodegeneração Aguda Idiopática Adolescente (NAIA) tomou proporções gigantescas e aniquilou dezenas de milhares de crianças pelo mundo inteiro. Apenas algumas sobreviveram. insert_mentes_sombriasEntre elas, nossa protagonista Ruby (interpretada por Amandla Stenberg). Porém quem sobrevive à doença, acaba por manifestar poderes sobrenaturais que são classificados em cores: Verdes para superinteligência, Azuis para habilidades telecinéticas, Amarelos para os que têm controle sobre eletricidade, os Laranjas e então os temidos Vermelhos. Os dois últimos são exterminados na hora, por serem considerados perigosos demais. O restante é obrigado a trabalhar nos campos militares.

Sem dar muitos spoilers sobre a história em si, posso dizer que achei a ideia da categorização por cor muito interessante, porém (como o próprio Carlos disse depois que saímos do filme, e eu concordo plenamente) é que o fato de todos os indivíduos de cor X terem exatamente os mesmos poderes foi um desperdício de potencial e, ao meu ver, enfraquece o ponto principal que tem  intenção de deixar o público interessado (adolescentes com superpoderes), porque uma vez que eles têm o mesmo poder, não são uma ameaça tão grande assim.

Ainda sobre os poderes, durante todo o filme muitos personagens reforçam como os vermelhos são extremamente perigosos, mas quando finalmente somos apresentados aos mais temidos da pirâmide dos poderes sobrenaturais, ficamos com a impressão de que, no fim das contas, eles não são tão perigosos assim e que os Laranjas, categoria na qual nossa protagonista se encaixa, são muito mais mortais (quando você assistir, vai entender do que estou falando).

É claro que, como qualquer filme YA que se respeite, rola um interesse romântico, e isso é algo que não posso reclamar. Amandla Stenberg e insert_mentes_sombrias_2Harris Dickinson entregam uma atuação genuína com uma química tão na cara que dá vontade de entrar na tela e juntar a cabeça dos dois no maior estilo “beija-logo-porra”.

Nas poucas cenas de ação, o longa deixou a desejar, com cortes estranhos e problemas de continuidade que às vezes dá até um nó na cabeça de quem tenta entender o que está acontecendo.

Eu sei que falando assim, parece que odiei o filme, mas não é bem assim. No geral, Mentes Sombrias é um filme que diverte e aquece de leve o coração, mas entrega mais perguntas do que respostas, deixando a impressão de que o primeiro filme é apenas uma apresentação do mundo distópico, sem exagerar na profundidade, embora ele trabalhe com o passado de alguns personagens para fazer com o público se identifique com eles. Acho que o problema está mais no fato de a história ser muito previsível, que é algo proveniente da obra original de Alexandra Bracken.

O final deixa ganchos óbvios para um segundo filme, mas não me deixou completamente satisfeita. Na verdade, saí do cinema achando que faltava alguma coisa.

Aproveito para lembrar que esta é a minha opinião, e sugiro que você assista ao filme para tirar suas próprias conclusões, ok?

Nerd: Beatriz Napoli

Devoradora de livros, publicitária apaixonada, tem dois pés esquerdos e furtividade 0 para assaltar a geladeira de madrugada. Se apaixona por personagens fictícios com muita facilidade, mas não tem dinheiro para pagar o psiquiatra que obviamente precisa.

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