Lino, O Filme é uma animação nacional que irá estrear nos cinemas no dia 7 de setembro. Dirigido por Rafael Ribas e com vozes de Selton Mello (Lino), Paolla Oliveira (Patty) e Dira Paes (Janine).
Quando a vida te empurra para o fundo do poço e tudo parece estar de mal à pior, o que fazer?
E se o acaso do destino mudasse por completo sua vida? Seria de todo ruim isso ou poderia ter algo bom?
A história gira em torno de Lino, um rapaz totalmente frustrado com a vida, pois desde criança, só dá azar com o que faz e é desastrado. Não conseguiu nenhum trabalho na área que estudou, e a única coisa que conseguiu de trabalho, foi como animador de festas de crianças com uma fantasia de gato que ele mesmo fez. E vive disso desde então (há 6 anos). Extremamente desanimado e sem motivação, dia após dia Lino vai trabalhar para ser zoado, rirem da cara dele, as crianças judiarem dele e ganhar muito pouco pelo que faz.
Mas quando é despejado porque não tem pago o aluguel, ele perde as esperanças e fica desolado. Por isso, no desespero, resolve recorrer à um anuncio de uma pessoa que diz poder solucionar qualquer problema. Apesar de se parecer com um charlatão, como Lino está desesperado, ele aceita e faz as coisas bizarras que a pessoa o diz para fazer. Coisas que, por mais incrível, parecem funcionar e realmente mudar sua vida, pois ele se transformou na fantasia que usava – um gato enorme.
À partir daí, parece que as coisas melhoram, mas muita confusão acontece e sua vida fica mais caótica ainda. Lino agora tem outro objetivo: tentar desfazer toda essa confusão!
Por ser uma animação nacional, alguns pontos que merecem ser notados: a qualidade visual e computacional estão acima da média para produções animadas com computação gráfica, o que surpreendeu positivamente. Claro que existem falhas, como o excesso de simplicidade e falta de acabamento em alguns pontos ou detalhes, mas como um todo, a produção ficou muito boa, principalmente no quesito visual e de animação. Outro ponto que merece destaque, sendo uma obra nacional do gênero, é que ela abre espaço para utilizar-se de coisas culturais, do cotidiano e da linguística brasileira – como por exemplo, dois policiais assistentes brigando sobre bolacha versus biscoito e outras gírias e expressões que utilizamos aqui, mas ficariam sem sentido em uma dublagem de uma obra estrangeira. Também há referências sobre outras obras produzidas aqui – filmes, séries, entre outros conteúdos.
Apesar de ser uma animação feita para o público jovem (principalmente crianças), alguns pontos bem interessantes foram postos ali. O desemprego e a desilusão com mercado de trabalho é algo que vêm cada vez mais afetando a gente e nos preocupando. Se sujeitar a trabalhos ruins ou ingratos por necessidade realmente nos deixam sem ânimo e infelizes com o que fazemos. Mas algo que o filme tenta passar é que justamente o modo como agimos e reagimos perante essas dificuldades faz toda a diferença, que se fizermos as coisas bem feitas e encararmos de outra maneira ou outro ponto de vista, tudo pode melhorar, além de que precisamos ser otimistas.
Teve um fato que me incomodou no final, mas por se tratar de uma animação para crianças, relevei e entendi que fizeram para fechar a história de maneira bonita. Pois na realidade, dificilmente ele conseguiria fazer, devido à uma burocracia enorme para ser aceito o pedido dele e provavelmente seria negado pela sua situação. Mas isso não tira o mérito do filme ou faz com que seja ruim, é apenas um detalhe.
Com isso, digo que gostei do filme e recomendo para levar a garotada ou para aqueles que gostam de animações! Bom filme e divertimento à todos.
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