Hello, My Twenties! | O dorama queridinho de 2016

Já é uma tradição minha: férias + Netflix = doramas. Aproveito o descanso e passo a madrugada assistindo a novos doramas e live-actions dos meus mangás e animes favoritos! Dessa vez, a Netflix me presenteou com ótimas surpresas, entre elas “Noble, My Love“, “Click Your Heart” e o escolhido para esse post, Hello, My Twenties!, também conhecido como Age of Youth.

Não sou nenhuma especialista em doramas como alguns dos companheiros colaboradores aqui do site, haha! Assisto casualmente, mas pelo que pude ver pelas recomendações, HmT foi o preferido de muita gente no último ano. A série sul-coreana tem em seu elenco INCRÍVEL E TALENTOSO as atrizes Han Ye-ri, Han Seung-yeon (ex integrante do grupo k-pop KARA), Park Eun-bin, Ryu Hwa-young e Park Hye-soo, e conta com 12 episódios lançados em 2016.

Tá, mas qual é a história?

HmT é uma série slice-of-life, ou seja, trata de assuntos e acontecimentos cotidianos. No primeiro episódio, somos apresentados a Yoo Eun-Jae, que acaba de se mudar para um tipo de “república”, a Belle Epoque, onde terá que conviver com outras quatro jovens que são muito diferentes dela – e muito diferentes entre si. E é claro que essas diferenças dão início aos conflitos. Eun-Jae, que é muito tímida e ingênua, acaba passando por situações muito irritantes pelas quais as novas colegas de casa a submetem, como comer de sua comida sem pedirem, tratarem-na mal e a ignorarem…

Até meu noivo, que se acha o sabichão de adivinhar os acontecimentos de séries e filmes, errou feio. Ele disse: “Ah, quer ver, uma das meninas que moram aí vai odiar essa daí e a história vai ser elas virando amigas”. Para noooossa alegria, não foi, nem de longe, tão simples assim. O que torna HmT tão única é sua complexidade – que, apesar de em poucos momentos ser “exagerada”, anda de mãos dadas com a realidade das jovens ao redor do mundo. Mesmo nunca tendo morado em uma república ou algo do tipo, foi divertido identificar alguns momentos dos quais amigas minhas reclamam sobre as dificuldades de dividir a casa com outras mulheres. Não é preciso nem mesmo dividir a casa para se identificar com a série, pois até mesmo as amizades mais íntimas já passam por tais dilemas.

O final do primeiro episódio já ganhou meu coração ao terminar com aquela lição de moral que é um tapa na cara, quando Eun Jae finalmente toma coragem para confrontar as colegas sobre o que a incomodava na casa, e surpreende-se ao descobrir que não são só os comportamentos das outras que a incomodam – ela também tem seus bad habits, sobre os quais as outras acabam desabafando, e assim finalmente começam a se entender quando percebem que nem sempre somos tão vitimas como pensamos: enquanto estamos ocupados pensando nas coisinhas que os outros fazem que nos irritam, não paramos para pensar nas coisinhas que fazemos que, por sua vez, incomodam os outros.

Mas não se engane!!!

Os dramas, disputas e desentendimentos não acabam por aí. HmT conta muito mais do que a história de uma estudante que se apaixona pelo rapaz rico e esnobe, ou pelo desordeiro charmoso. A série encanta por retratar a amizade das cinco durante o desenrolar da trama de forma extremamente divertida, conflitante e real, fazendo com que nos identifiquemos com diversas situações pelas quais elas passam juntas, conforme aprendem a se respeitarem, ajudarem e a criar laços de confiança e afeto que se tornam indispensáveis enquanto elas lidam com seus segredos mais obscuros. Mas é claro que antes de todo esse amor aflorar, vemos muitos xingamentos, fofocas e arranca-cabelo!

E bota obscuros nisso! A série, além de amizade, também tem um toque de romance na medida certinha pra ninguém ficar cansado da lenga-lenga, muita comédia e o bom e velho drama, sem os clichês e fórmulas feitas que adoramos, mas vez ou outra dispensamos. A série tem as cinco como protagonistas, e cada uma tem sua jornada pessoal, uma mais emocionante que a outra. HmT trata de diversos assuntos, desde a timidez de fazer novos amigos até abusos em relacionamentos. Hmm, não vou resistir. Vou ter que falar um “pouquin” de cada uma delas aqui!

Moradoras da Belle Epoque

Yoo Eun-Jae

A bebê da casa, como elas mesmas dizem. Cheia das inocências e das vergonhas quando chega na casa, a construção de Eun Jae e sua transformação durante a série é uma das mais marcantes. Ao perceber que não sobreviverá à selvagem vida de colegial na cidade se continuar com seu comportamento “apagado”, resolve que tem que começar a se impor para que a levem a sério, porém sem perder sua essência pura, e constantemente busca inspiração em suas colegas (principalmente em Song) para perder a vergonha e desenvolver sua personalidade.

Jung Ye-Un

Ah, como mordi minha língua por causa dessa moça, haha! No começo, Jung parece ser daquelas garotas que só ligam para o namorado fuckboi, que adoram fazer uma intriga só para se fazerem de coitadas. Mas, como é a intenção da série, descobrimos que todo mundo tem um motivo para ser como é, e que todo mundo se esconde atrás de uma armadura para não mostrar suas fraquezas. E o mais curioso é que é exatamente quando Jung abandona suas armaduras falsas que ela se torna mais forte para fazer o que tem que fazer para ter o controle de sua vida e ganhar nosso amor e respeito!

Kang Yi-Na

MINHA PREFERIDA, ninguém sai até eu acabar de falar dela, haha! Como eu disse, cada personagem tem seu drama pessoal para desenvolver durante a série, e a história de vida de Kang é minha preferida. É outra que parece só ser uma bitch no começo, mas que também esconde feridas muito profundas debaixo de sua armadura feita de roupas de marca curtas, que adora usar para exibir seu corpo, mas também uma força e determinação imensas para fazer o que é certo para elas e para as pessoas com quem se importa. Ela é uma mulher linda que tem um estilo de vida luxuoso, porém todo seu conforto acaba não sendo o bastante para fazê-la verdadeiramente feliz. A culpa e o dilema que carrega é maior do que a mordomia da vida fácil que leva, e ela percebe os saltos altos caríssimos talvez não sejam o melhor jeito de ajudá-la a percorrer sua jornada para descobrir quem ela é.

Yoo Jin-Myung

Ai, minha outra preferida. Minha senpai. É praticamente o oposto de Kang, e por isso o arco dos dramas delas se encontram várias vezes. Jin tem uma rotina regrada e extremamente puxada: ela tem que conciliar a vida acadêmica com todos os seus empregos de meio período, que se não me engano são três ou mais. O fantasma do passado dela não está só no passado, e a segue por onde quer que ela vá, mantendo-a nessa vida onde ela não tem tempo para fazer nada para si própria, esforçando-se para viver pelo bem dos outros, sacrificando sua juventude. Sua transformação é a mais tocante, sua história é uma das mais pesadas e sua vida, simplesmente admirável *reverência*.

Song Ji-Won

Song é a última que conhecemos. Sabe aquela sua amiga porra-louca, que você chega a invejar (a invejinha do bem!) de tão extrovertida, divertida, espontânea e linduxa? Pois essa é nossa Song, a garota perfeita… Ou pelo menos é o que deveria ser. Seu sonho é chegar a ter um segundo encontro com alguém, mas por “algum motivo”, os homens não parecem achá-la tão incrível quanto ela é. Tudo um bando de chato. Song é imprevisível e cheia de surpresas, o que a torna tão encantadora!

 

E A TRILHA SONORA? *BERRO* (nunca achei que ia usar BERRO na minha vida, olha aí)

Pra fechar com chave de ouro todos os closes certíssimos que a série faz ao tratar de assuntos tão delicados e polêmicos com a sensibilidade e seriedade que a transição de garotas para a vida adulta precisa e merece, faz isso com muitas músicas fofíssimas e bem-humoradas, daquelas que você coloca a soundtrack inteira no celular e até o trajeto fdp do metrô lotado fica mais zen. Ensinar a importância de respeitar ao próximo, principalmente entender as manas e a ajudar umas as outras num mundo tão machista e cheio de preconceitos e armadilhas, fica ainda melhor com musiquinhas tão queridas.

Considerações finais: se ainda não assistiu, assista. Assista, morra de rir com as cenas em que elas não medem esforços para defenderem umas as outras, chore largadx com os dramas de cada moça e das pessoas ao redor delas e intrigue-se com os fantasmas do passado que vêm visitar a Belle Epoque e faça uma amizade para a vida toda com cinco das personagens mais fortes e interessantes que já tive o prazer de conhecer!

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Nerd: Evelyn Trippo

I just have a lot of feelings, e urgência em expressá-los. Tradutora (formação e profissão), aspirante a escritora e estudante de projetos em games. Pára-raio de nerds, exploradora de prateleiras em sebos e uma orgulhosa crazy pet lady.

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