Recentemente conclui Grimm, uma série de drama policial que tem seu enredo baseado nas histórias dos irmãos Grimm. Esta é uma daquelas séries que não tem um imenso hype envolvido, que você não escuta muito a galera falando sobre, e que possivelmente você irá assistir apenas porque encontrou sem querer na Netflix. Ou então porque você não tem Netflix e acabou se deparando com ela enquanto trocava de canal.
No meu caso foi exatamente a segunda opção (mais ou menos). Assisti alguns episódios no Universal Channel, sempre da maneira mais despretensiosa possível e me lembro que em todas as vezes me perguntava “por que estou assistindo isso?”.
Mas Grimm realmente me conquistou! Quando descobri que já estava disponível no Netflix fui correr atrás do prejuízo e comecei a assistir como se deve – acompanhando a história, um episódio por vez. Grimm conta a história de Nick, um detetive de Portland (a cidade das coisas estranhas nos EUA) que sempre se depara com casos bizarros e a princípio, inexplicáveis. Porém Nick não é um ser humano comum, ele é um Grimm.
Grimm são humanos que possuem um dom que é passado de geração em geração – eles conseguem enxergar criaturas que os humanos normais não conseguem, os Wesen. Para um humano normal os Wesen são só pessoas, porém os Grimm podem enxergar quem eles são de verdade – criaturas fantásticas e animalescas, saídas diretamente das fábulas alemãs.
Cada Wesen possui uma aparência e um comportamento típicos. Temos por exemplo os Blutbaden, Wesen parecidos com lobos e que agem como tal. Temos os Eisbiber, ratos e medrosos como eles, os Fuchsbau que são raposas, entre outros tantos. A cada episódio Nick investiga um crime cometido por Wesen, porém ele é o único que sabe a real natureza dos crimes.
Nick conta ainda com a ajuda de seu parceiro de polícia, Hank, um humano normal, e Monroe, seu melhor amigo Wesen.
A série não traz apenas as histórias dos crimes e das investigações, o que realmente cativa é a história dos personagens e o desenrolar de situações muito mais complexas. Todos os personagens são muito bem construídos e utilizados no enredo, e a forma como os roteiristas conseguiram conectar tudo, fazendo com que todas as histórias individuais se misturassem, foi primorosa.
Posso resumir isso fazendo um paralelo com Friends – a relação de amizade dos personagens de Grimm é muito próxima à relação de Monica, Ross, Chandler, Joe, Phoebe e Rachel.
Outro gatilho muito bem empregado pelos roteiristas de Grimm é o fato de que, a cada episódio, somos apresentados a uma nova raça de Wesen – e essa apresentação é feita aos espectadores ao mesmo tempo em que é feita a Nick, o protagonista. A sensação é de 
estarmos completando o álbum da Copa, uma figurinha por vez. Eu realmente ficava ansiosa em descobrir quais seriam os novos Wesen dos próximos episódios.
Como mencionei no título, Grimm se desenrola como um RPG. A cada episódio os personagens vão ganhando XP, desenvolvendo novas habilidades, ajudando os demais, e todos acabam por trilhar o mesmo cenário, juntos.
A série teve 6 temporadas e todas já estão disponíveis no Netflix e eu recomendo fortemente que a inclua na sua lista. Grimm pode parecer uma história sem graça, mas na realidade é cativante e muito bem escrita, além de trazer aquele ar de conto de fadas das antigas.
