E finalmente chegamos à edição de número 30 da nossa coluna semanal de animes! Quando fiz a edição número 22 sobre Digimon Adventure (clique aqui pra ler) eu disse que em sequência faria sobre a nova série de Digimon que veio pra continuar as histórias originais… bem, demorou um pouco mas resolvi falar de Digimon Adventure tri em boa hora, já que a segunda parte do anime estreia hoje mesmo na Crunchyroll!
Digimon Adventure tri foi anunciado quando do aniversário de 15 anos da série original e planejada em 3 longa metragens no Japão. No restante do mundo cada um desses longas foi dividido em 4 episódios lançados pela Crunchyroll. O primeiro longa, Saikai, saiu em Novembro de 2015 e são dos 4 episódios que se formaram a partir dele que iremos falar hoje.
Essa primeira “temporada” de Adventure tri pega nosso grupo de protagonistas já no final da vida escolar e – portanto – bem mais velhos que na série original. Joe está no último ano e atarefado com estudos para o vestibular (estudos que não parecem ir muito bem alias); Tai (Taichi no Japão), Sora e Matt (chamado Yamato no Japão) estão no segundo ano do ensino médio, enquanto que Izzy está no primeiro (Mimi está morando nos EUA, mas tem a mesma idade). T.K. (que agora é chamado por seu primeiro nome, Takeru) e Kari (Hikari no Japão) ainda estão no ensino fundamental. A premissa parece com a de outras séries digimon (e mesmo com a maioria das séries de heróis), com os protagonistas vivendo uma vida perfeitamente normal quando um conflito acontece – no caso o aparecimento de um Kuwagamon em Tóquio – e eles se vêem obrigado a abarcar na aventura, junto, é claro, com seus amigos digimon.
Mas a premissa batida não faz jus à qualidade da série e Adventure tri é excelente! A maneira como a série primeiro nos mostra como é a vida de cada um dos digiescolhidos na Terra, depois de anos sem contato com os digimons, é ótima pra nos levar junto na aventura, pois nós também acabamos sentindo essa quebra de normalidade que eles sentem. Isso é primordial pro anime funcionar, já que Digimon sempre se viu refém de novas e mais poderosas digievoluções para fazer a história andar e aqui isto não acontece e não é necessário, um alívio eu diria. Adorei também como esse primeiro arco foi focado na crescente insegurança do Tai, que apesar de sempre ter sido um inconsequente no anime original, apresentou em diversos momentos esse traço de personalidade que aqui é muitíssimo bem trabalhado. A relação entre Tai, Matt e Sora é algo deixado no ar, mas que também funciona e – assim como o crescente encantamento de Izzy por Mimi – serve para nos mostrar que não temos mais personagens crianças, mas sim adolescentes legítimos em tela.
A animação é um destaque a parte, como a série é originalmente um filme o capricho é gigantesco e tudo é muito mais bonito do que no anime original. Vale mencionar também o excelente character desing, que construiu versões mais velhas dos personagens que ao mesmo tempo são nostálgicas e nos mostram um verdadeiro crescimento físico deles. As cenas de batalha são boas mas acho que a falta de fala na maioria delas incomoda um pouco. Outro ponto negativo é a pouca participação de Joe, que na minha opinião sempre foi um dos digiescolhidos mais interessantes, mas imagino que isso mude nos próximos episódios lançados.
No geral Digimon Adventure tri é OBRIGATÓRIO pra quem viu a série original e hoje mesmo a Crunchyroll lança o primeiro episódio derivado do segundo filme, Ketsui (assista este episódio e os quatro primeiros também clicando aqui) e ainda este ano teremos os episódios derivados do terceiro filme, Kokuhaku, terminando esta bela homenagem.
PS: A música de abertura continua sendo a sensacional Butterfly, mas agora em uma nova versão!
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