Sinopse: O Último Reino é o primeiro romance de uma série que contará a história de Alfredo, o Grande, e seus descendentes. Aqui, Cornwell reconstrói a saga do monarca que livrou o território britânico da fúria dos vikings. Pelos olhos do órfão Uthred, que aos 9 anos se tornou escravo dos guerreiros no norte. 
Instigado pela proximidade da estreia da sexta temporada de Game of Thrones, precedido pela desolação do não lançamento de Winds of Winter em 2015, busquei alguma alternativa que conseguisse suprir a necessidade de crônicas épicas. Deparei-me então com O Último Reino, primeiro livro da série Crônicas Saxônicas.
Durante a procura por indicações, encontrei diversas promessas de um livro que seria algo como as Crônicas de Gelo e Fogo da vida real, tal afirmação falhou miseravelmente em provar-se verdadeira. Já a obra em si, de forma triunfante, cativou aquele pequeno espaço existente nos corações humanos, em que guardamos todas as melhores coisas da cultura geek.
O escritor Bernard Cornwell nos apresenta na primeira página de seu livro o jovem Osbert que apenas algumas páginas a frente torna-se Uhtred, filho de Uhtred e neto de Uhtred, personagem fictício criado para nos guiar pela Inglaterra do século IX, palco da invasão dinamarquesa às terras britânicas, onde um grande personagem surgirá para mostrar o caminho da salvação para os ingleses. Alfredo, o Grande, é até hoje o único inglês a receber tal título e é o principal alvo de Cornwell em sua série, que conta atualmente com 9 livros lançados.
O autor deixa claro que através de Uhtred, levará os leitores a fatos marcantes e reais da história inglesa e mostrará como o reinado de Alfredo é, até os dias de hoje, responsável pelo governo britânico. Uhtred, ainda menino, assiste seu pai ser morto em uma batalha contra vikings e acaba tornando-se refém dos nórdicos. A partir daí sua vida é moldada pelos costumes dinamarqueses e o jovem inglês torna-se um deles. Mas como diria o personagem, o destino é tudo.
Durante reviravoltas, brigas, crenças e escudos, Uhtred acaba voltando para os ingleses. Jura lealdade a Alfredo, batalha contra o povo que o criou e busca, incessantemente, uma maneira de recuperar o que lhe pertence e vingar-se daqueles que desonraram o nome dos ingleses e dos dinamarqueses. O livro tem como pontos fortes questões como amor, lealdade dividida, heroísmos desesperado, e batalhas em paredes de escudos que ninguém consegue descrever melhor do que Cornwell.
A saga inicia-se de forma envolvente, empolgante e promissora. Bernard Cornwell tem uma escrita simples, objetiva e direta, transportando-nos para o aperto entre os escudos, o cheiro de sangue e a ira das batalhas pelas terras britânicas. Sem dúvida nenhuma é um livro indispensável para aqueles que, assim como eu, são fãs do gênero.
