Análise do “documentário” Catfish – O filme

Com a ascenção da internet, o mundo mudou de maneiras drásticas. Com um clique é possível ler a última notícia da China, ou ouvir o novo álbum da Rihanna, enquanto se discute as eleições presidenciais americanas com um canadense. Tudo é possível, mas não só isso, o que antes era difícil se tornou tão fácil quanto: filtrar.

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As chances de encontrar uma pessoa que goste daquela música desconhecida do David Bowie são possíveis, não só isso, mas as probabilidades dessa mesma pessoa gostar das mesmas coisas que você, é alta. A internet permitiu esse tipo de filtro, de encontrar a pessoa que combine exatamente como você. Entretanto, isso abre a seguinte pergunta.

Até que ponto, a pessoa que está do outro lado da tela, é real?

O filme documentário “Catfish“, produzido em 2010 e é apresentado por Nev Schulman, um fotógrafo que topa participar de um documentário da vida dele, no momento que Nev conhece Abby Pierce, uma pintora de oito anos que lhe envia quadros, mas seu contato se limita a internet. Com o tempo, acaba conhecendo a família de Abby e por fim, conhece Megan Pierce no Facebook, a meia irmã de Abby. Megan parecia perfeita pra Nev: amava fotografia e artes, sabia cantar, tinha um bom papo. Entre fotos e outras conversas, Nev descobre coisas sobre Megan que o levam a investigar melhor a família Pierce.

O documentário é pautado em cima da possível realidade desta história, de que Nev realmente tenha tido um breve relacionamento com Megan e tudo isso tenha sido gravado desde seu primeiro momento, entretanto, o que cabe aqui não é se é real ou não, isso não importa, o foco do filme em nenhum momento é lhe fazer crer no que lhe dizem, é na pergunta que lhe fiz no começo, e por mais que não tome lados, o filme toma um rumo aonde muitos podem realmente chegar ao filme e dizer que sim, Catfish é o filme mais assustador possível pelo fato de dizer que do outro lado da tela do computador, pode existir não um pedófilo, mas uma verdade incomoda.

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Diferente de Confiar (filme dirigido por David Schwimmer, lançado em 2011) cujo tema era tenso, Catfish se utiliza de uma língua mais simples, apartidário e verdade seja dita, Nev é tão carismático que se fosse outro em seu lugar provavelmente esse filme não seria tão fundo na sua proposta. A postura do rapaz perante as teias de mentiras envolvendo Megan e seus próximos sejam tratados de forma leve, não havendo julgamentos de nenhum de ambos os lados, e mesmo seu final sendo triste, a mensagem pode ser interpretadas de mil maneiras diferentes e que por sinal, palmas para quem editou por ter conseguido no final, em uma única história de pescador mesmo, ter deixado claro a mensagem do filme.

Catfish não é um filme que lhe deixará perturbado, mas te dará uma série de perguntas e questionamentos não só a quem você se relaciona do outro lado, mas sobre você mesmo. E por fim, a única coisa que pode ser questionada aqui sem maiores revelações do plot é…

Quem é você? O bagre ou o bacalhau?

Nerd: André Arrais

Pseudo-Cult, apreciador de café, ama quadrinhos como ninguém, rato de biblioteca, gamer casual, não sabendo tirar selfie desde sempre e andando na contra mão dos gosto populares. Finge é cheio de testosterona, mas vive rodeado de gatos. Esse é o meu design.

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