Analisando Snowpiercer – O Expresso do Amanhã

Fala galerê!

O pessoal da PlayArt convidou o Novo Nerd para conferir o filme O Expresso do Amanhã (originalmente chamado de Snowpiercer), do diretor Joon-Ho Bong, que será exibido nos cinemas a partir do dia 27 de Agosto.


Sinopse_O_Expresso_do_Amanhã


O filme é baseado na HQ criada por Jean-Marc Rochette e Jacques Loeb, que trás à luz um mundo O_Perfura_Neve_insert_to_postpós-apocalíptico que ficou inteiramente congelado depois que o experimento da empresa CW7 para parar o aquecimento global deu errado. Os poucos que sobreviveram ao frio

congelante, entraram a bordo do Expresso do Amanhã, o qual dá a volta ao mundo (literalmente).

Dentro deste sistema fechado do trem, obviamente temos a divisão de classes que já vimos em muitos filmes distópicos; os ricos ficam na parte da frente do trem, e os pobres e desafortunados, ficam na ‘cauda’. Inconformado com a divisão injusta, Curtis, personagem principal interpretado por Chris Evans, incita os outros passageiros a revoltarem-se e invadirem os vagões à frente com a intenção de encontrar quem controla a grande máquina

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A adaptação feita pelo diretor coreano Joon-Ho Bong trás atores de primeira linha para dar vida aos personagens como Chris EvansJamie BellJohn Hurt e a incrível Tilda Swinton.

O filme me deu uma sensação estranha no começo, o que não necessariamente é uma coisa ruim. Porque quando assisto filmes nesse estilo de ficção científica, é de se esperar que você acompanhe a tensão se construindo desde o começo. No caso do Expresso do Amanhã, o longa já começa com um certo desconforto no ar e você consegue perceber que os personagens já estão planejando alguma coisa.

Expresso_do_amanhã_insert_to_postAtravés da fotografia, movimentos de câmera e figurino incrível, o filme consegue passar a sensação de claustrofobia com ambiente escuro e roupas sujas. Em momentos de mais “ação”, se é que pode ser chamado assim, o diretor consegue mover e espremer a câmera em lugares minúsculos e apertados, sem deixar de mostrar os ângulos dinâmicos.

O longa faz uma analogia com a vida: o trem é a vida e os vagões são as classes sociais. Claro que este tipo de embate não é nenhuma novidade quando se fala em distopias, mas o Expresso do Amanhã vem com a intenção de mostrar a brutalidade, o egoísmo, conformismo, e tudo o que temos de mais animalesco dentro de nós mesmos.

Apesar de ter um bom número de clichês, do meio para o final do filme o roteiro guarda algumas surpresas que, quando finalmente são mostradas, vêm uma atrás da outra, deixando o telespectador com os olhos arregalados e desejando por um pause no filme para poder entender melhor o que está acontecendo.

Às vezes o filme peca no passo da história. Por vezes fica tão devagar que você pode começar a divagar e perder a atenção na história. Mas os momentos de revelações são capazes de remediar isso.

Em alguns momentos, o filme te dá uma pausa para reflexão (às vezes, a pausa é literal), e em diversas outras vezes, faz com que você setilda_insert_to_post sinta desconfortável como público. E é nesta parte que a maioria das pessoas confunde o desconforto com a tentativa de alívio humorístico. O diretor tem a intenção de fazer com que o público dê risada nas horas mais inoportunas justamente para que nós reflitamos o quão bizarra é aquela situação. Não é um humor perdido, que está ali só para você achar graça. É mais uma crítica quanto a este sistema horizontal de divisão de classes, uma crítica à diferença gritante entre os que vivem no luxo, perto do motor da máquina e quem vive na miséria.

Em geral, o Expresso do amanhã é um filme que trás reflexão e críticas à sociedade por meio de cenas, por vezes violenta,s por vezes grotescas.

Para finalizar, peguei a fala de um dos personagens, só para vocês sentirem a vibe do filme:

“Order is the barrier that holds back the flood of death. We must all of us on this train of life remain in our allotted station. We must each of us occupy our preordained particular position. Would you wear a shoe on your head? Of course you wouldn’t wear a shoe on your head. A shoe doesn’t belong on your head. A shoe belongs on your foot. A hat belongs on your head. I am a hat. You are a shoe. I belong on the head. You belong on the foot. Yes? So it is. In the beginning, order was proscribed by your ticket: First Class, Economy, and freeloaders like you. Eternal order is prescribed by the sacred engine: all things flow from the sacred engine, all things in their place, all passengers in their section, all water flowing. all heat rising, pays homage to the sacred engine, in its own particular preordained position. So it is. Now, as in the beginning, I belong to the front. You belong to the tail. When the foot seeks the place of the head, the sacred line is crossed. Know your place. Keep your place. Be a shoe.”

Nerd: Beatriz Napoli

Devoradora de livros, publicitária apaixonada, tem dois pés esquerdos e furtividade 0 para assaltar a geladeira de madrugada. Se apaixona por personagens fictícios com muita facilidade, mas não tem dinheiro para pagar o psiquiatra que obviamente precisa.

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