Review | Amazônia – Arquivo das Almas

Fala galerê! Faz um tempinho que não apareço por aqui, mas prometo que esse post vai compensar! 😉

Primeiramente, devo começar este post agradecendo ao autor Paul Fabien, que tão gentilmente mandou o livro e confiou no Novo Nerd para fazer  a review!

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Amazônia – Arquivo das Almas é uma história de ficção científica futurista que, como vocês podem imaginar pelo nome, acontece no Brasil, na floresta mais famosa do mundo. E quando eu digo futurista, quero dizer do futuro mesmo; com armas de plasma, inteligência artificial e robôs super desenvolvidos.

O enredo conta a história de Vitã e Helena, dois jovens majores do exército brasileiro – que, eu devo dizer, agora é referência no quesito militar – que são mandados em uma missão perigosa para investigar o paradeiro de uma estranha nave com aparência de inseto que não pode ser detectado pelos equipamentos do exército por ter uma tecnologia anormalmente avançada. O tal objeto não identificado parece ter apenas um destino: Colômbia.

Os majores recebem a missão de rastrear o destino da nave com o pretexto de ajudarem com um carregamento de remédios e escolta de alguns médicos que tentam controlar uma epidemia em uma das tribos indígena, na fronteira do Brasil com a Colômbia. A partir daí, os majores encontram evidências que apontam cada vez mais para o fato de que aquelas naves vistas no espaço aéreo brasileiro estão longe de serem normais. Além disso, o coração da Floresta Amazônica parece guardar um segredo capaz de controlar armas perigosas e dar conhecimento. O tal segredo desperta a sede de poder do ditador da Nova Mesopotâmia.

Helena e Vitã devem descobrir o que é esta arma poderosa e impedir os tiranos.

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Sinceramente, não faz muito tempo que eu dizia com toda a certeza do mundo, que eu não era fã de ficção científica. Porque para mim, a ideia de FS eram sempre aquelas ideias batidas e, na maioria das vezes, surreais, com cenários e histórias que você não consegue ver acontecendo futuramente. Pois bem, Amazônia – Arquivo das Almas me surpreendeu por não ser assim.

O autor me surpreendeu novamente ao misturar tecnologia, um pouco de religião, inteligência artificial e alienígenas sem fazer com que eu ficasse totalmente cética, ou encontrasse um ponto em que todos esses temas, ou pelo menos alguns deles, não se encaixaassem

Capa_insert_to_postO autor se aproveitou bem da riqueza que nossa terra tem e do potencial que, pelo menos agora, não conseguimos ver que temos. Quando essa história acontece, vemos um Brasil sustentável, dono do próprio nariz, guardião da floresta que contém a maior diversidade de espécies de animais no planeta terra, com forças armadas capazes de defender aquilo que é seu e com um nível de disciplina que estamos acostumados a ler em obras estrangeiras. O Brasil de Paul Fabien, é aquele que queremos (e podemos) ser um dia.

Mas, deixando o devaneio quanto o local da história de lado, vamos falar um pouco dos personagens principais.

Helena é uma mulher forte e independente, extremamente responsável e competente no que faz, além de ter um foco absurdo em tarefas.

Vitã é aquele cara charmoso que conhece muito bem seus próprios atributos físicos e sabe sim usar isso a ser favor. Competente e extremamente ágil, aos meus olhos, ele pareceu quase um semi-deus (principalmente nas cenas de luta).

Como ambos os personagens participam da missão juntos, você pode acompanhar a evolução de uma amizade muito bonita entre os dois (depois de um breve desentendimento no começo). Mas espere aí. Se você acha que os dois ficam de namorico durante a história pode tirar seu cavalinho da chuva. Paul Fabien se concentra no teor da história e em passar todas as informações relevantes para o leitor, sem deixar de descrever cenas e cenários na medida certa, sem deixar trechos gigantes capazes de cansar qualquer um.

Eu, particularmente, gosto muito de cenas descritivas e narrações imersivas, onde você pode sentir cada pensamento do personagem, mas nem sempre essa é a melhor maneira de contar uma história. Nesse livro, a história acontece mais rápido, com descrições na medida certa e sem lenga-lenga.

Devo dizer, porém, que houve algumas partes em que me senti perdida por causa do modo como o autor decidiu dispôr os ‘pontos de vista’: a história é contada em terceira pessoa, e não tem o esquema de ‘mudou de capítulo, mudou a perspectiva’. Por vezes, estamos acompanhando Helena e Vitã na mata para, logo na linha abaixo estar na Colômbia, acompanhando uma cena totalmente diferente.

Talvez conhecer um pouco mais dos personagens secundários que aparecem fizesse com que eu sentisse mais medo de perdê-los em cenas de maior tensão. Alguns personagens sumiram da história e não apareceram mais. Fiquei curiosa para saber como terminaram 🙁

Em geral, esse é um livro que muito recomendo para quem quer uma nova leitura em ficção científica, com uma história fascinante e uma perspectiva completamente nova sobre o futuro desse nosso Brasil.

Obs.: Esta nota não diz respeito ao autor. É mais direcionada à editora Isis, pois não pude deixar de notar os erros na diagramação e, por vezes, de ortografia também (falta de acentos, preposições e vírgulas, às vezes até frases comidas). Pleeeease, revisem a história que vão publicar. Um erro ou outro acaba passando batido, mas muitos erros acabam incomodando o leitor e, para os mais exigentes, pode fazer com que eles desistam do livro :/. Atenção, isso é uma crítica construtiva, ok? Não quero prejudicar ninguém 🙂

Nerd: Beatriz Napoli

Devoradora de livros, publicitária apaixonada, tem dois pés esquerdos e furtividade 0 para assaltar a geladeira de madrugada. Se apaixona por personagens fictícios com muita facilidade, mas não tem dinheiro para pagar o psiquiatra que obviamente precisa.

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