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Fala Khalasar, beleza?
Você provavelmente já deve ter ouvido falar ou assistiu ao filme O Quarto de Jack, que foi indicado ao Oscar e Brie Larson levou o prêmio de melhor atriz. Sim, o Quarto de Jack é um filme lindo e merece cada indicação ou prêmio que levou. Não tem como não se apaixonar pelo pequeno Jaco Tremblay (Jack) e não chorar horrores por tudo o que ele e sua mãe passam.
Mas resumir a “apenas” um grande drama, que traz vários sentimentos a flor da pele, talvez não seja o suficiente para dizer tudo o que o filme pode ensinar.
Além de expor o “óbvio” de nossa sociedade atual, a violência praticada no dia a dia com o rapto de pessoas, estupro e abuso moral e psicológico, a produção nos força a enxergar o que acontece com as vítimas de tais abusos, e o impacto que uma experiência dessas causa em crianças e adultos.
ATENÇÃO: Se você não assistiu ao filme, é melhor não continuar lendo o texto, porque eu vou precisar falar de alguns acontecimentos os quais você prefira ver por si mesmo.
Quando vi “O Quarto de Jack”, imaginei que 90% do filme iria se passar realmente dentro do quarto onde Joy e Jack estão encarcerados, e que a trama seria baseada no desespero das personagens em tentar fugir daquele lugar. E como fiquei feliz em saber que estava errado!
Acredito que apenas metade do filme realmente se passa dentro do quarto, e é aí que está a beleza de tudo! A trama demonstra que para se estar preso em um lugar, você não precisa necessariamente estar fisicamente nele.
Mesmo após se libertarem, mãe e filho continuam presos aquele lugar, cada um de maneiras e intensidades diferentes. É de pensar que após viver uma experiência desta maneira, tudo o que uma pessoa poderia fazer é agradecer e aproveitar a vida. Mas tal situação abala as estruturas do âmago do ser.
Vemos como isso afeta diretamente Joy, que por anos tudo o que fez foi tentar manter o filho a salvo e após retornar a sociedade, não consegue lidar com os sentimentos que tem pelas pessoa a sua volta, inclusive pelo próprio filho. Já Jack tem profunda dificuldade em compreender o mundo, chegando a não saber o que é real. O seu único ponto de convergência é sua mãe que em alguns momentos não é mais capaz de dar o suporte necessário.
É um filme lindo, que nos mostra que mesmo quando encontramos soluções e esperanças para nossos problemas, a jornada que enfrentamos está tão enraizada que não sabemos lidar com as coisas boas da vida, nos mantendo presos e até mesmo sentindo falta de algo ruim, mas que nos era familiar.
Além de tratar de um problema real e muito sério, bem como as consequências deste problema, pode servir de alegoria para como costumamos nos prender por anos em pessoas, coisas e lugares que não fazem mais parte de nós.