A Coroa Ainda Mais Brilhante

Depois de uma primeira temporada bem estruturada, apreciada por muitos fãs e pela crítica – com direito a dois Globos de Ouro e um Emmy -, chegou à Netflix a segunda temporada de The Crown reforçando a qualidade dela e apresentando novas perspectivas dos personagens ali retratados ao público.

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A primeira temporada da série apresenta com sucesso os primeiros marcos no reinado da Rainha Elizabeth, mostrando como a jovem princesa se tornou a chefe de Estado de uma das últimas monarquias do mundo moderno. O primeiro ano ainda abordou questões como o fardo por trás de sustentar a coroa e a necessidade de Elizabeth se provar como monarca, principalmente por ser jovem e mulher.

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O segundo ano conduz o público a conhecer outros personagens mais a fundo, explorando os dramas e as questões pessoais daqueles que cercam Elizabeth em seu cotidiano. Phillip, duque de Edimburgo e marido da rainha ganha mais espaço de tela e o público compreende mais a fundo quem é o personagem e porque ele é como é (não de maneira fatalista, mas com nuances do passado que sugerem aspectos psicológicos para o futuro). Outra personagem que ganha maior destaque no novo ano é a princesa Margaret, irmã de Elizabeth que passa por momentos difíceis e é mostrada por outros ângulos ao público. Diferente da antipatia que pessoalmente desenvolvi pela personagem na primeira temporada, o novo arco pode proporcionar em alguns momentos compaixão por ela, pelos sacrifícios feitos em nome da coroa.

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O  ponto alto da segunda temporada de The Crown talvez seja a maneira com que todos os personagens são trabalhados. Na família real vemos o retrato de pessoas, seres humanos. Nem mocinhos, nem vilões. Certamente privilegiados, mas com uma vida que passa por complicações e possui limitações.

A rainha Elizabeth passa por mudanças em sua maneira de agir, fortalecendo sua postura vista no fim da última temporada. É interessante ver que a soberana do império britânico precisa lidar com questões e preocupações da vida normal. Crise no casamento, gravidez e a criação das crianças são parte da vida da rainha. O envelhecimento e a fé de Elizabeth são temas abordados de uma maneira diferente e faz com que o espectador pense na rainha como alguém real, que a enxergue de uma outra forma.

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O design de produção e a fotografia merecem mais uma vez serem elogiados. É lindo ver a reconstrução dos cenários e dos figurinos. Assistindo à série, a audiência é transportada ao século XX. O texto continua impecável, com uma direção que segue uma linha que faz sentido visual e é digna de congratulações. Claire Foy entrega uma rainha Elizabeth muito humana com várias facetas: a mãe, a esposa, a filha, a irmã e a Chefe de Estado são algumas delas.

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Particularmente não consigo apontar defeitos na nova temporada de The Crown. Felizmente, se a primeira temporada foi primorosa, a segunda foi ainda melhor e mostrou que a série é uma daquelas que vão marcar a história da televisão.

Nerd: Gabryel Oliveira

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