5 Motivos para Ler a Trilogia A Seleção, de Kiera Cass

Estou um pouco atrasada para falar sobre A Seleção. O primeiro livro saiu há alguns anos e o último há um tempinho, mas isso só me dá ainda mais motivos para recomendá-los a vocês! 😀 Eu tinha um “preconceito” com o livro, a capa me lembrava o Alice do Tim Burton e eu não consegui gostar daquele filme, e juntando o título com “Trinta e cinco garotas e uma coroa”… Não me parecia boa coisa. Não me interessei até uma garota da minha faculdade me recomendar o livro, e precisou me contar pouca coisa pra isso. Ela me disse que a história era sobre uma garota que era “escolhida” pra ir para o castelo e fazer parte da seleção, onde o príncipe escolhia a sua esposa, a princesa de Illéa e futura rainha, e tudo televisionado. Ela descobre que o príncipe não era aquele cara pastelão e metido que ela achava, mas aí ela ainda tá apaixonada pelo ex namorado secreto dela, [SPOILER] que por o acaso acaba sendo convocado para ser guarda no castelo [/SPOILER] e tudo num clima de muita confusão e azaração! (hahaha mentira, é bem melhor que sessão da tarde!). Isso foi o suficiente pro meu coração mole e romanticamente incorrigível correr pra comprar o livro.

Se antes eu nem conseguia olhar pra ele nas livrarias de tanto desinteresse, desde que comecei a ler não consegui mais parar. Sério. Eu fico insuportável quando começo a ler algo que gosto, não gosto nem que falem comigo ou de ter que sair. Eu li cada um dos livros numa média de 5 horas cada. No último eu li no mesmo dia o de contos e o A Escolha, de tão curiosa que estava. Quando terminei, minha cabeça latejava e eu sentia metade do meu cérebro derreter. Hahaha! Tive que ficar semanas sem ler nada até mudar o grau do meu óculos e parar de sentir dor de cabeça por tudo. 🙁

Mas e aí, o que é a tal da Seleção? É um evento que acontece em Illéa, país que separa sua população em castas (que vão de 1 a 8, separando as pessoas por suas funções e serviços prestados em sociedade). Garotas de todas as castas, de 16 a 20 anos, são “sorteadas” para irem ao castelo participar da Seleção, que acontece para que o príncipe case com uma garota do povo, fortalecendo assim os laços da realeza com a plebe. Quando o rei e a rainha têm uma filha, ela é casada com rapazes de outros países, para fortalecer as relações internacionais. Enfim, America (casta 5, dos artistas: dançarinos, músicos, escultores, pintores) não quer participar da seleção, mas por pressão de sua mãe e de seu namorado secreto (ele é da casta 6, a dos que servem, empregados e a união com castas inferiores é vista com maus olhos e é extremamente burocrática, e custa caro) acaba se inscrevendo, sem acreditar que será selecionada. Mas é claro que ela é, e Aspen acaba terminando com ela com um motivo muito cretino, diga-se de passagem. Ela, de coração partido, segue para o castelo, sem interesse nenhum pelo príncipe que ela acredita ser um chato de galochas. A Seleção é toda televisionada e mostra o dia a dia da realeza e das participantes, enquanto Maxon convive com as garotas para eliminá-las, até que reste apenas uma, a escolhida.

Até que eles se conhecem, de um jeito bem incomum. America vê que o principe é, na verdade, o oposto do que ela pensava. Vê que ele também é vítima de toda a situação, sendo exposto na TV para encontrar “o grande amor de sua vida”, e está totalmente perdido. America é sincera com ele sobre seus sentimentos, de que não tem interesse em ser escolhida por ele porque seu coração pertence a outro, mas ose oferece para ajudá-lo a selecionar as garotas, como uma amiga dele. Amizade que ele aceita de bom grado. Mas com esperanças de algo mais, claro. E é aí que toda a confusão e azaração começa. Hahaha!

[ 5 MOTIVOS PARA LER A TRILOGIA A SELEÇÃO, DE KIERA CASS ]

O Maxon precisa de um espaço só dele, porque ele é… ?. Maxon é amor. Ouso compará-lo ao Peeta. Ele fica em segundo, mas é uma comparação de honra, hein!

O relacionamento incomum que ele tem com America é de arrancar os cabelos de ansiedade. O cara suporta uma friendzone como ninguém, com muita classe e quase sempre sai por cima! Hahaha! O cara é um lindo, um fofo, não é um tapado meloso mas mesmo assim consegue ser aquele cara que faz você fechar o livro e bater com ele no namorado igual uma criancinha birrenta enquanto choraminga: “Por que você não é assiiiim?!”. E o cara é todo nerd. Ai, Maxon.

E não se enganem, não é por declarar todo o meu amor por Maxon aqui e ter escolhido ele como meu preferido, que é certeza que America fará o mesmo. Ou que Maxon fará o mesmo com America. Já contei pra vocês que sou uma destruidora de Ships? Parece que é só eu torcer muito por um casal para os autores separarem os dois, ou todos morrerem de forma trágica, ou se tornarem uns verdadeiros c*zões com o passar do tempo. America fica bem dividida (NÃO SEI POR QUE OLHA ESSE MAXON AMERICA PQP) até o último livro, mas não se torna algo cansativo. Até eu que sou Team Maxon desde criancinha o odiei em certas ocasiões, para depois amar de novo, para depois odiar de novo, para depois amar de novo… Num ciclo sem fim. Enfim, tudo pode acontecer.

America é uma personagem forte. É engraçada, se impõe, é impulsiva, teimosa, orgulhosa e ainda sim, consegue ser uma tonta quando está apaixonada, o que irrita em certos pontos, mas eu dou um desconto. Sabem quando você está lendo um livro, a personagem deve fazer algo, falar algo, mas nunca faz ou fala? Pois America faz. E fala. E na maioria das vezes não tá nem aí. Ela é incomum por ser de uma casta tão inferior e ter chamado a atenção do príncipe, mas é esse “jeitinho brejeiro” que a torna tão especial entre as outras garotas. America é “do povão”. 🙂 Mas, uma coisa eu tenho que admitir; o que tornou ela tão interessante para mim foi Maxon, a cumplicidade dos dois a completa de uma forma divertida, fazendo aflorar um lado dela que não vemos nos momentos em que ela está com Aspen. Talvez por isso eu não goste do Aspen, ele torna a America menos do que ela pode ser.

Enfim, os dois a fazem crescer muito, e esse amadurecimento é visível nos livros, podemos ver como os sentimentos e ações de America se transformam ao longo do livro, ao longo da história, ao longo dos laços que ela forma e dos laços que se desfazem. Fiquei impressionada por eu ter criado laços com tantos outros personagens. A história deles é construída e entrelaçada com a de America, o que os torna sempre presentes e muito queridos. Do mesmo jeito que ela se preocupa com cada um deles, também me preocupei. As criadas de America, Mary, Anne e Lucy, são uns amores! Quero elas como BFF now! hahaha! Até mesmo outras garotas da seleção acabam ganhando nossa simpatia, conforme vamos participando de toda a seleção junto com elas.

Só não consegui, de jeito nenhum, ser cativada pelo Aspen, o “ex” namorado de America. Desde o começo fiquei com um pé atrás quando o assunto era ele. Não sei, algo naquele jeito de bom moço não me convenceu do começo ao fim. E, para mim, Aspen é o único defeito dessa série. Eu faço um grande esforço para ignorá-lo até o desfecho da história. Foi ódio a primeira vista até a última vista, igual o Gale.

Mas, independente de você torcer por Aspen ou Maxon… Você torce! E muito! É impossível não ficar com a pulga atrás da orelha durante os três livros, porque quando você acha que está em um terreno seguro com a escolha de America…. BAM! Algo acontece e muda tudo. Claro. E você se morde de raiva, de frustração e de esperanças, e continua lendo até ver onde isso vai chegar. Não só pelo “final feliz” de America, mas de todos os outros personagens que viram tão importantes ao longo do caminho.

America é divertida, e nos conta sua história como se estivesse conversando cara a cara conosco. É uma leitura fluente e agradável, e o que mais me agradou foi não ser aquelas narrativas que se estendem em uma longa descrição sobre o vestido de cada personagem, cada canto e objeto dos cômodos ou todas as folhas e gotas de água existentes em uma paisagem. Mas também não é uma descrição desleixada. Ela nos dá os detalhes necessários, que nos fazem imaginar sem muitas firulas e nos envolvem na história. Você sente a personalidade forte de America em suas palavras, seus impulsos, medos e até suas frescuras.

Eu sinto muita empatia pelos personagens quando leio, me coloco realmente no lugar deles e fico totalmente vulnerável para sentir o que eles sentem. E A Seleção, em todos os livros, conseguiu me manter interessada em continuar a sentir tudo pelo que America passava, e querer sempre mais! A história pode parecer clichê, mas acaba não sendo e todo o mistério e enrolação de America em se decidir sobre seus sentimentos em relação a Maxon, Aspen e sobre aceitar ou não a responsabilidade da Coroa… E não apenas isso, tudo que acontece ao redor é interessante! A política de Illéa pode receber pouca atenção no começo, mas com o passar do tempo ficamos conhecendo mais sobre todo o país e fiquei MUITO interessada em saber tudo que acontece depois de todo o final, mas puff, o livro acaba. É uma ótima distopia que merecia mais atenção.

Aliás, o maior defeito da série pra mim foi ter acabado tão rápido e de forma um tanto quanto abrupta. Senti falta de um final mais consistente, de acordo com o que a história toda nos proporcionou. Acho que ainda precisava de mais um livro para contar a história como ela merecia ser contada e um final melhor, mais amplo. Senti uma correria nas últimas páginas, como se a autora tivesse que espremer todas as ideias no que restava de espaço no livro e… não sei. Faltou coisa. E os acontecimentos finais passaram muito rápido, mal consegui sentir as emoções, frustrações ou alegrias da forma que deveria. Igual aconteceu no Divergente. Fiquei um pouco “Oi? Pera por que isso… Não pera, calma, o que aconteceu? HÃ? PERA! NÃO! AAAAAA CALMA NÃO LIVRO NÃO ACABA!”. E fim.

A autora, Kiera Cass, é simplesmente uma fofa. Me identifiquei muito com o jeito que ela escreve, principalmente nas dedicatórias e agradecimentos, e nos conteúdos de bônus. A primeira coisa que ela sempre faz nos agradecimentos é agradecer a nós, leitores. Ela puxou meu saco e sim, eu adorei. Hahaha! E o jeito como ela fala de suas personagens… Tem uma parte que ela fala algo como ter pensado em várias histórias, mas America ter exigido que a sua fosse contada primeiro. E você realmente sente isso de America! É realmente uma coisa que ela faria! A declaração de amor que ela faz para o marido no bônus me encantou. Eu me identifiquei ainda mais com ela, por sentir a mesma coisa sobre o meu “muso”, haha:

“Provavelmente a maior influência veio do meu marido, Callaway. Já perguntaram a ele várias vezes se Maxon era baseado nele, e a verdade é que mais ou menos… mas não exatamente. Existe um pouco de Callaway em cada garoto que escrevo. Como poderia não existir? Ele é meu exemplo de amor, o cara por quem me apaixonei. As características que considero atraentes nele tendem a aparecer no papel. A paixão e a devoção de Aspen? Callaway. A nerdice e a doçura de Maxon? Callaway. Até o jeito de Carter olhar para as pessoas tem um toque de Callaway. Não consigo evitar!”

O livro reúne dois contos que contam um pouco da história na perspectiva do príncipe Maxon e de Aspen, fora os três primeiros capítulos de A Escolha e material bônus, como a trilha sonora dos livros, perguntas e respostas com a autora, lista completa das castas, árvore genealógica dos personagens… Enfim, várias coisas que completam a leitura dos livros e os tornam ainda mais interessantes!

Esse seria o livro 2.5 na história, para ser lido depois de A Elite e antes de A Escolha. Os contos valem a pena e nos ajudam a entender um pouco mais sobre o passado de Maxon, sobre as motivações de Aspen e o background de cada escolha que fazem e suas ações. Achei de muito bom gosto reunirem todo esse conteúdo para os leitores do Brasil, principalmente os bônus, já que quase nunca temos acesso a eles que ficam restritos aos livros na língua original.

Procurei, procurei e procurei, mas parece que por enquanto não haverá adaptações dos livros para as telonas e nem para a TV. Algo se falava sobre um filme, e depois sobre uma série que teve até um piloto RI DÍ CU LO, diga-se de passagem, onde o Maxon parecia um gigolô doido. E graças aos céus a série foi cancelada. Mas espero que apareçam novas oportunidades de uma adaptação mais adequada hahaha! 😀

A Kiera Cass, como já falei em outro post, vai estar aqui na Birnal do Livro de SP desse ano para um bate-papo! Falta menos de um mês para ela estar lá, será no dia 23/08, na Arena Cultural, à partir das 18h. Claro, eu vou estar lá pra dar um beijão nela e agradecer pelo Maxon. Hahaha! ?

Nerd: Evelyn Trippo

I just have a lot of feelings, e urgência em expressá-los. Tradutora (formação e profissão), aspirante a escritora e estudante de projetos em games. Pára-raio de nerds, exploradora de prateleiras em sebos e uma orgulhosa crazy pet lady.

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